QUARTA, 09/12/2020, 16:55

Ministério Público monta força-tarefa com 13 promotores em Londrina para ouvir 300 pessoas envolvidas em mega esquema de fraudes em licitações

Organização criminosa, desbaratada pela Operação Pasteiros, causou um prejuízo de R$ 10 milhões a 70 prefeituras de três estados brasileiros. Pelo menos oitenta empresas são investigadas.

O Ministério Público dá andamento esta semana à coleta de depoimentos de pessoas investigadas pela Operação Pasteiros, deflagrada na última quinta-feira contra um mega esquema de fraudes em licitações. Os trabalhos são de responsabilidade o Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado, Gaeco, em Londrina. Pelo menos treze promotores de Justiça participam desta fase da operação, que precisou montar uma força-tarefa para ouvir os investigados e analisar o material apreendido no último dia três. Em entrevista à CBN nesta quarta-feira, o promotor Danilo Paz Lemes, que coordena os trabalhos, contou que quase trezentas pessoas e pelo menos oito empresas estão sendo investigadas. 

Durante a operação, os policiais cumpriram 62 mandados de busca e apreensão em 17 cidades diferentes, 16 paranaenses e uma paulista. Foram apreendidos documentos, celulares e computadores, além de cem mil reais em dinheiro vivo. O promotor explicou que a investigação teve início há dois anos, a partir da Operação Deja Vu, responsável por apurar um esquema semelhante em São Jerônimo da Serra, no norte do Paraná.

A partir das delações, a investigação conseguiu descobrir um esquema muito maior, que teria atuado em pelo menos setenta municípios do Paraná, São Paulo e Santa Catarina. O prejuízo causado às prefeituras, conforme o promotor, ultrapassa os R$ 10 milhões. De acordo com as investigações, 185 licitações teriam sido fraudadas.

As fraudes foram comprovadas pela troca de mensagens de celular, em que os envolvidos aparecem negociando o pagamento de valores. Os empresários escolhiam determinados processos para participar e, no dia das sessões, participavam dos certames com o objetivo de pressionar para que a proposta mais cara fosse a escolhida. Quem vencia ficava responsável por fazer a divisão do dinheiro público com os demais envolvidos. Os valores variavam entre 500 e 2 mil reais.

Os promotores pretendem concluir a coleta dos depoimentos esta semana. A ideia é oferecer denúncia contra os acusados ainda este ano. Eles devem responder por organização criminosa, corrupção e fraude.

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