Mortes por gripe em Londrina só no primeiro semestre de 2018 já representam quase o dobro de todo o ano passado
Diretora de Vigilância em Saúde de Londrina afirma que aumento do número de mortes ocorreu em todo o país e tem como causa uma maior circulação do vírus esse ano e o fato dele ser mais agressivo
Sete mortes em pouco mais de seis meses. Quase o dobro dos casos registrados em todo o ano passado, quando houve quatro óbitos causados pelo vírus Influenza. E os números não espelham uma realidade londrinense. No resto do país, a situação é bem semelhante ou até pior.
O último relatório do Ministério da Saúde aponta para um aumento significativo dos casos da doença e também dos óbitos. Até a segunda semana de julho, o país registrou 839 mortes por gripe, um aumento de quase 200% em relação ao mesmo período do ano passado, quando 285 pessoas morreram por causa do vírus Influenza.
De acordo com a diretora de Vigilância em Saúde de Londrina, Sônia Fernandes, o aumento do número de mortes em Londrina e em todo o país se deve a uma circulação maior do vírus e ao fato dele ser mais agressivo.
Sônia Fernandes diz que das sete mortes registradas em Londrina nos seis primeiros meses do ano, todas foram de pessoas que tinham alguma doença crônica e faziam parte dos grupos prioritários, mas não se vacinaram. Seis delas estavam acima dos 70 anos e um tinha 54 anos.
Os casos de gripe também aumentaram de maneira expressiva. O país registrou quase 4.700 casos nos seis primeiros meses desse ano contra menos de 1.800 no mesmo período de 2017.
Entre as crianças, a situação também piorou. A diretora de Vigilância em Saúde de Londrina, afirma que o aumento dos casos e das mortes já era esperado, já que as mutações no vírus ocorrem com certa regularidade.
O vírus Influenza que vem causando mais estragos é o H1N1, responsável por 567, das 839 mortes registradas em todo o país. Logo atrás, aparece o influenza A não subtipado, com 86 mortes. Para os especialistas, a procura pela vacina abaixo dos níveis esperados também deixou brechas para o vírus agir.
Sônia Fernandes explica que o desenvolvimento de uma possível nova vacina depende ainda da confirmação, por estudos e pesquisas, de que o vírus realmente sofreu uma mutação, mas esse é um processo que exige tempo.
A diretora de Vigilância em Saúde afirma que como a vacina é soro específica, só protege contra os três tipos de vírus que mais circulam pelo país. Enquanto a confirmação sobre uma nova cepa do vírus não vem, a melhor maneira de evitar a gripe é se vacinar e adotar alguns procedimentos básicos, como lavar as mãos sempre, usar um lenço quando for tossir ou espirrar e evitar ambientes fechados no inverno.