SEGUNDA, 19/04/2021, 18:01

Nova remessa de doses contra o coronavírus enviada a Londrina não prevê parcela para profissionais das forças de segurança

Imunização das categorias é questionada pelo Ministério Público, que apresentou recurso na Justiça pedindo para que município priorize a vacinação de idosos e pessoas com deficiência.

As 13.930 doses de vacina contra o coronavírus enviadas a Londrina no final de semana vão ser utilizadas, exclusivamente, na imunização de idosos que têm entre 60 e 69 anos e trabalhadores da área da saúde. Os profissionais das forças de segurança, contemplados pela remessa anterior, desta vez ficaram de fora. Até o momento, cerca de 240 policiais, bombeiros e guardas municipais foram vacinados na cidade, que ainda não tem doses suficientes para imunizar toda a força policial. A estimativa é de que pelo menos duas mil pessoas façam parte deste grupo de profissionais no município. A 17ª Regional de Saúde informou que a vacinação dos agentes vai ser gradativa, levando em conta o cronograma estabelecido pelo Plano Nacional de Imunização. Ou seja, a divisão de doses é feita pelo próprio Ministério da Saúde, do Governo Federal.

Em relação à nova remessa, por exemplo, são 12.810 unidades da AstraZeneca, sendo 12.655 para as segundas doses dos idosos que têm entre 65 e 69 anos, e 155 para quem tem entre 60 e 64 anos. Também foram enviadas 1.120 doses da Coronavac (620 para idosos que têm entre 60 e 64 anos e 500 para trabalhadores da área da saúde).

O cronograma atende, mesmo que de forma indireta, a um pedido do Ministério Público Federal (MPF), que já apresentou uma ação na Justiça solicitando que o município priorize a vacinação de idosos e pessoas com deficiência. O processo, formulado em parceria com o Ministério Público Estadual, foi indeferido pela 4ª Vara Federal de Londrina, e o MPF precisou recorrer junto ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). No recurso, o procurador Raphael Bueno Santos argumentou que a decisão pela imunização das forças de segurança, por parte do Ministério da Saúde, não se baseou em dados técnicos e nem em evidências científicas, e que é preciso vacinar, primeiramente, os chamados grupos de risco da doença.

A promotora de Defesa da Saúde, Susana de Lacerda, que assina a petição, também já havia ressaltado a importância de o município priorizar a vacinação dos idosos, uma vez que, conforme ela, o número de doses ainda continua insuficiente para atender toda a população.

Por Guilherme Batista

Comentários