Números para comemorar, apesar de uma realidade ainda cheia de dificuldades e preconceitos. Um levantamento feito pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná mostra que, nos últimos cinco anos, a quantidade de mulheres engenheiras em todo o estado cresceu significativamente. No Paraná, o aumento foi de pouco mais de 30%. Mas em Londrina e nas cinco cidades abrangidas pela regional do Crea, o crescimento foi ainda maior, 43%.

Em 2014, elas eram 610 profissionais. Agora em 2018, o número deu um salto e foi para 870. A Engenheira de Segurança do Trabalho e suplente de conselheira do Crea-PR, Elizandra Gonçalves Sartori, avalia que desde que se formou há oito anos o cenário mudou e muito. Ela diz que a mulher tem conquistado espaço em áreas, historicamente, masculinas.

Em Londrina e nos outros cinco municípios da regional, a Engenharia que aparece com maior número de mulheres é a Civil, com 404 profissionais, e que também foi a campeã de crescimento, com quase 90% entre 2014 e 2018. Em segundo lugar, aparece a Engenharia Agrônoma, com 262 profissionais.

A engenheira avalia que, como as dificuldades ainda são bem maiores para as mulheres, elas acabam se preparando mais para os desafios da profissão. Para Elizandra Sartori, a mudança que vem ocorrendo, passa principalmente pela cultura do brasileiro.

Apesar dos avanços, os homens ainda são maioria. A média geral na engenharia é de cerca de 85% de profissionais do sexo masculino, para apenas 15% de mulheres, isso em todas as áreas.

A conselheira do Crea afirma que ainda existe muita diferença de salários, mesmo nos casos em que a mulher exerce a mesma função. Outro problema é o assédio, principalmente nos canteiros de obras.

No ano passado, a entidade criou o Comitê Mulheres, que vem desenvolvendo uma campanha de combate ao assédio e tem previsão de lançamento para 2019.