SEGUNDA, 07/11/2016, 00:05

Ocupação da Câmara de Vereadores de Londrina chega ao quarto dia

Estudantes secundaristas dizem que vão se reunir nesta segunda para decidir se saem ou continuam ocupando a Câmara.

Os estudantes secundaristas chegaram à Câmara no início da manhã de sexta-feira e pegaram a direção geral da casa e os vereadores de surpresa. Segundo a assessoria da Câmara todas as portas estão trancadas e os seguranças estão trabalhando em esquema de turnos. Cerca de dez deles se revezam para não deixar nenhum espaço sem vigilância. O diretor geral da Câmara, Ronan Botelho, informou à reportagem da CBN Londrina que a mesa diretora da Casa teve uma reunião com os estudantes na sexta-feira e fechou um acordo. Segundo Ronan Botelho, os estudantes prometeram deixar o prédio às duas da tarde desta segunda e se comprometeram a permanecer apenas no saguão de entrada, sem circular por gabinetes e outras áreas do prédio.

Ronan Botelho afirmou ainda que caso o acordo não seja cumprido, a mesa diretora da Câmara volta a se reunir para analisar as medidas a serem tomadas. O diretor se mostrou preocupado com a preservação do patrimônio da Casa.

Conversamos com alguns dos estudantes. Ao contrário do que afirmou o diretor geral da Câmara, eles dizem que a data da desocupação ainda não está definida. E que só na segunda-feira vão decidir o que fazer.

Parece que mesmo entre os estudantes, há muita indefinição sobre as formas de protesto. Quando saiamos da Câmara encontramos um universitário de direito que estava dentro do prédio e tinha acabado de participar de uma reunião com o grupo. Ele preferiu não se identificar, mas concordou em gravar entrevista.

O vereador Roberto Fu, que chegou logo depois da ocupação, teve a mão prensada em uma porta ao tentar entrar na Câmara. O vereador precisou de atendimento em um hospital da cidade e decidiu registrar um boletim de ocorrência. Segundo o próprio vereador, para se preservar, já que ele foi acusado de agressão por um dos integrantes do movimento.

Ainda sentindo muitas dores na mão, o vereador faz um desabafo.

A pauta dos estudantes é bem ampla. Eles são contra medidas do governo federal, como a PEC 55, que congela gastos e investimentos públicos por 20 anos e contra a Medida Provisória 746, que propõe uma reforma geral do ensino médio. Os estudantes também são contrários à chamada "Escola Sem Partido".

Comentários