QUARTA, 24/01/2018, 18:55

Operação do Gaeco de Londrina cumpre mandados de busca e apreensão em esquema de corrupção envolvendo dois vereadores, empresários e funcionários públicos

De acordo com o Ministério Público, as propinas variavam de R$ 100 mil a R$ 1 milhão.

A Operação foi deflagrada logo no inicio da manhã desta quarta-feira e cumpriu 25 mandados de busca e apreensão. De acordo com o Ministério Público, três mandados foram cumpridos em gabinetes de vereadores, outro no gabinete de um funcionário da Secretaria de Obras, 15 em residências e seis em empresas. Também foram apreendidos documentos, celulares e uma quantia em dinheiro, ainda não revelada.

As investigações começaram em fevereiro de 2017 com o objetivo de apurar denúncias de corrupção envolvendo vereadores, servidores municipais e empresários da cidade. Segundo o coordenador do Gaeco de Londrina, Promotor Jorge Barreto, os vereadores, Rony Alves, do PTB, e o presidente da Câmara, Mário Takahashi, do PV, solicitavam propina para apresentar e aprovar projetos de lei de alteração de zoneamento e de autorização para grandes loteamentos em Londrina.

Entre os investigados pela Operação batizada de ZR 3 também há um assessor de vereador, um servidor público municipal, três membros do Conselho Municipal da Cidade e três empresários.

A justiça não autorizou prisões, mas os 11 envolvidos, entre eles dois vereadores, passaram a usar tornozeleiras eletrônicas. De acordo com o Ministério Público, os valores variaram de R$ 100 mil a R$ 1 milhão.

Os dois vereadores foram afastados do cargo por 180 dias, além de estarem proibidos de entrar no prédio da Câmara e da Prefeitura. Todos os onze envolvidos são acusados de corrupção ativa e passiva e associação criminosa.

De acordo com o coordenador do Gaeco, o esquema também envolvia superfaturamento de estudos de impacto de vizinhança, necessários para aprovação de projetos imobiliários. O Promotor também não descarta o envolvimento de mais pessoas, inclusive vereadores, no grupo.

O Gaeco apurou ainda que os parlamentares agiam em acordo com integrantes do Conselho Municipal da Cidade, responsável por emitir pareceres prévios à votação dos projetos de lei. Segundo o Promotor, os fatos investigados teriam ocorrido entre 2013 e 2017.
O ex-secretário de Meio Ambiente de Londrina, Cleuber Brito, e a ex-presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina, Ignes Dequech, também são investigados. Os dois fizeram parte do primeiro escalão da administração do ex-prefeito Alexandre Kireeff, que defendeu uma investigação rigorosa para o caso.

Além do monitoramento com tornozeleira eletrônica, a Justiça determinou o recolhimento noturno em casa e proibiu os envolvidos de manterem contato entre si e com as testemunhas. Segundo o Promotor, na casa de um dos investigados foram encontrados três revólveres e uma espingarda.

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