SEXTA, 10/11/2023, 16:25

Pai e filho suspeitos de matar vizinho durante discussão por conta de som alto irão a júri popular em Jacarezinho, no norte pioneiro do Paraná

Um dos suspeitos é policial rodoviário. Filho teria buscado a arma do pai em casa a pedido dele e atirado pelas costas contra a vítima.

Pai e filho denunciados por homicídio duplamente qualificado, acusados de matar o próprio vizinho durante uma discussão em Jacarezinho, no norte pioneiro do Paraná, em 19 de março do ano passado, irão a júri popular. A decisão judicial atende pedido do Ministério Público (MP), por meio da 3ª Promotoria de Justiça da comarca, que investigou o caso.

Conforme o inquérito policial, a vítima, identificada como Matheus Alexandre Matos, de 22 anos, estava na rua ouvindo música no aparelho de som de seu carro e conversando com alguns amigos, o que teria irritado um dos denunciados, um policial militar rodoviário que mora próximo ao local. Tudo aconteceu na rua Rita Fernandes Vieira, no Parque dos Mirantes.

Segundo as investigações, o agente, que estava de folga no momento da confusão, teria discutido com a vítima por causa do barulho e, durante a discussão, pedido para que seu filho buscasse a sua arma de fogo em casa. A arma, inclusive, era a que o policial usava em serviço. Pouco depois, ainda conforme o MP, o policial teria dado um soco no rosto da vítima. O filho dele, que retornava com a arma, teria então atirado contra o rapaz pelas costas. O jovem foi atingido na nuca e morreu na hora.

De acordo com testemunhas, o filho do policial também teria atirado contra os amigos da vítima, que conseguiram fugir de carro e não ficaram feridos. A denúncia contra pai e filho indicou como qualificadoras do homicídio o motivo fútil (discussão a respeito do barulho) e o uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, que foi alvejada pelas costas.

A promotoria considerou que tanto o pai quanto o filho tiveram participação direta na morte do vizinho. Por conta disso, os dois responderão pelo crime de homicídio. As informações são do promotor Rafael Guerra Acosta.

A defesa dos suspeitos já apresentou recurso contra a decisão judicial. Mas, caso ela não seja modificada, os réus serão julgados pelo Conselho de Sentença do Tribunal do Júri. A data do julgamento ainda será agendada. A CBN não conseguiu contato com o advogado dos acusados. Também não foi possível apurar se o policial foi afastado das funções ou continua trabalhando normalmente.

Com informações da assessoria de imprensa do Ministério Público.

Por Guilherme Batista

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