SEXTA, 14/10/2016, 14:29

Paraná tem mais de 340 colégios ocupados; em Londrina, estudantes já tomaram conta de 20 unidades

Por outro lado, a chefe do Núcleo Regional de Educação na cidade diz que há pedidos de reintegração de posse para 13 dessas instituições.

Aumenta a cada dia o número de escolas ocupadas por estudantes em diferentes regiões do estado. De acordo com o movimento Ocupa Paraná, já eram 340 unidades até o fim da manhã desta sexta-feira (14). Em Londrina, alunos tomam conta de 20 instituições.

Por outro lado, a chefe do Núcleo Regional de Educação informou que há pedidos de reintegração de posse para 13 colégios de Londrina. Ao mesmo tempo, Lucia Cortez alegou que o órgão aposta no diálogo com os estudantes.

Para a chefe do núcleo, existem ocupações que, por causa do baixo número de militantes, não representariam de fato a comunidade escolar.

Alunos rebatem a declaração de Lucia Cortez. Isadora Siena, de 14 anos, participa do movimento que ocupou o Colégio Estadual Professora Maria Cintra de Alcântara, em Tamarana. O ato teve início na quinta-feira (13). Ela disse que, apesar de 30 estudantes estarem na unidade, eles irão prosseguir com a ocupação.

Tamarana tem um dos menores Índices de Desenvolvimento Humano da região metropolitana de Londrina. O último dado do IBGE é de 2010 e aponta que o IDH da cidade é de 0,621, sendo que a educação obteve a menor pontuação na soma que calcula o índice, com 0,460.

Segundo Isadora Siena, a ocupação do colégio de Tamarana ainda tenta conquistar apoio da comunidade. Assim como em outras cidades, a principal crítica dos estudantes e é em relação às mudanças no ensino médio apresentadas pelo governo do presidente Michel Temer.

Na quinta-feira (13), a secretaria estadual de Educação promoveu seminários em 31 núcleos regionais para buscar debater essas medidas. Em Londrina, os alunos que participam de ocupações disseram por meio da página no Facebook “Ocupa Londrina” que consideraram “ineficiente e dúbia” a maneira como o encontro foi conduzido. De acordo com o núcleo, em média seis representantes de cada colégio da cidade participaram da conversa. Porém, conforme a chefe do órgão, a discussão não está esgotada. A própria Lucia Cortez falou que não concorda com as mudanças propostas pelo governo federal.

Em Londrina, o movimento ocupa colégios tradicionais como o Hugo Simas, Marcelino Champagnat, IEEL e o Colégio de Aplicação da UEL.

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