Foram criadas sete contas no Twitter para relatos de jovens e adolescentes possivelmente abusados sexualmente em Londrina, uma conta no Instagram e outra conta no Twitter para relatos de Cambé, também foram criadas.

São inúmeros relatos que chamam a atenção. Inclusive o movimento nas redes sociais levou o nome de Londrina no Twitter entre os cinco assuntos mais comentados na rede social.

São relatos anônimos que chamam a atenção de possíveis abusadores com nomes e cargos conhecidos na cidade e na região. São relatos de abusos em festas em bares e boates onde as vítimas estariam vulneráveis.

De acordo com o especialista em direito digital, Fernando Peres, advogado, esses relatos devem ser feitos formalmente em uma delegacia, já que expor dessa forma pode gerar outros problemas legais para quem sofreu o abuso e denunciou publicamente o agressor, que poderá de alguma forma ficar impune se não for oficialmente denunciado à polícia.

De acordo com a delegada do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes – Nucria, Lívia Pini, o órgão recebe em média 30 denuncias por mês, e o grande volume de denuncias nas redes sociais não espanta, já que existe muita subnotificação dos casos.

Foi feito um post na página do Instragam do Nucria Londrina com a #exposedlondrina para incentivar as vítimas a denunciar formalmente os possíveis abusos.

As denuncias devem ser feitas por telefone ou presencialmente. A Delegacia da Mulher atende pelo telefone 3322-1633, ou no endereço: Rua Almirante Barroso, 107.

O Nucria pelo telefone 3325-6593 ou no endereço: Rua Gago Coutinho, 833. ⁣

Denuncias podem ser feitas também diretamente nas Promotorias de Justiça pelo 99669-8075.

Em entrevista pelo Twitter com o responsável pelo perfil @CambeExposed, recebemos a informação de que essa conta foi criada na quarta-feira, mas somente nessa quinta é que começaram as publicações.

Segundo o responsável pelo perfil a motivação de criar essa conta foi depois de ver o alto volume de pessoas solicitando uma página só de Cambé, depois que saiu a de Londrina.

Não são as mesmas pessoas que administram as contas, segundo nos contou o responsável pelo perfil de Cambé.

Ele preferiu não passar nenhum contato telefônico ou fazer qualquer entrevista com áudios para não ser reconhecido para sua segurança.

Em um dos trechos da entrevista pelo Twitter com nossa reportagem o responsável afirma que tenta incentivar as pessoas a denunciarem para as autoridades, mas muitos temem o que o agressor poderá fazer depois da denuncia.

“Incentivo, mas muito das meninas tem medo ainda, apesar de falarem que e até um alívio poder contar para outra pessoa. Acho que em média eu tô recebendo umas 5 denúncias a cada 1 hora, ainda tem muita menina que tem medo do que o agressor possa fazer se descobrir”.

Nossa reportagem tentou entrevista com o responsável pelo perfil no Twitter @londrinaexposed, mas até o fechamento dessa edição não recebemos retorno.