SEGUNDA, 27/07/2020, 19:33

Pesquisa da UEL aponta inúmeros problemas nas cooperativas de reciclagem de Londrina durante pandemia

Entre as principais dificuldades identificadas no estudo, a queda no valor pago pelos materiais, a superlotação dos barracões e problemas com o descarte das máscaras.

Os resultados preliminares da pesquisa "Os Impactos da pandemia de COVID-19 nas cooperativas de reciclagem de Londrina", do Programa de Pós-Graduação em Administração da UEL, mostra que seis das sete cooperativas da cidade, que reúnem quase 400 cooperados, vêm enfrentando inúmeras dificuldades nos últimos meses.

O coordenador da pesquisa, professor doutor Benilson Borinelli, explica que o estudo tem a participação de três alunos da pós-graduação e os dados foram coletados, por meio de um formulário, entre os dias 28 de maio e nove de junho.   

O coordenador afirma ainda que o panorama nas seis cooperativas visitadas, cada uma com seu perfil e tamanho, é bastante complicada. Entre os problemas encontrados, diz  Borinelli, estão os afastamentos de cooperados que pertencem aos grupos de risco e com suspeita da doença. Em algumas cooperativas, os afastamentos chegaram a 25% do total de trabalhadores.

Outro problema é que com as medidas restritivas as pessoas passaram a comer mais em casa e com isso também veio o aumento da quantidade de diversos tipos de materiais que chegam às cooperativas. E tem ainda a falta de equipamentos de proteção individual, outra queixa comum.

O coordenador da pesquisa diz que se a categoria já enfrentava dificuldades financeiras antes da pandemia, com ela o problema dos cooperados só piorou.

E um problema novo, surgido em tempos de pandemia, são as máscaras, que vêm chegando em grande quantidade. Benilson Borinelli diz ainda que, tanto a população quanto alguns cooperados, não foram orientados sobre o descarte adequado delas.

E todo material precisaria ficar em quarentena de 72 horas até ser manuseado. Mas, como os barracões estão lotados não há condição de fazer isso. O professor fala em caos em função disso e diz que a grande contradição é que apesar de terem muito material, as vendas e os preços despencaram.

Outro dado é que cinco das seis cooperativas ouvidas apontaram a falta de apoio do poder público para enfrentar a crise gerada pela pandemia e citaram a necessidade de  orientar melhor a população sobre o descarte adequado dos produtos, além do auxílio financeiro e a viabilização de novos espaços para armazenar os materiais.

Fizemos contato com a CMTU, para ter uma resposta sobre os problemas apontados pela pesquisa, mas até o fechamento da reportagem não tivemos retorno da Companhia.

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