Pesquisa revela que números da coleta seletiva caem em Londrina
Coordenadora de grupo da UEL responsável por estudo diz que entre explicações para redução do volume de material reciclável coletado estão o grande número de catadores informais, a falta de educação e a ausência de compradores no mercado local.
A quantidade de resíduos destinados pela população de Londrina para a coleta seletiva vem caindo nos últimos anos. É o que revela um estudo feito por um grupo de pesquisadores da UEL. De acordo com o levantamento, em 2016, 10,5% do total de resíduos domiciliares da cidade seguia para a coleta seletiva. Em 2017, o número caiu para 7,1%. E a expectativa para esse ano é nada animadora, em torno de 6%.
De acordo com a coordenadora do grupo de pesquisa de Gestão de Resíduos Sólidos de Londrina, professora Lilian Aligleri, são números que vão na contramão do que ocorre em outras cidades. Segundo a professora, essa queda tem algumas explicações, entre elas o grande número de catadores informais, a falta de consciência da população com a importância da coleta seletiva e a ausência de compradores de vários materiais no mercado local.
O estudo mostra que, em média, cada domicílio da cidade faz a coleta de apenas 2,8 quilos de resíduos recicláveis por mês. Número que poderia ser de até 15 quilos por residência. Londrina, que já foi exemplo na área, tem apenas uma fábrica de materiais recicláveis e muitos atravessadores.
A coordenadora da pesquisa diz que para piorar a situação, a Central de Valorização de Materiais Recicláveis, que poderia ser uma grande opção para a coleta seletiva, acabou sendo desativada apenas seis meses depois de criada. O trabalho do grupo de pesquisa, que durou aproximadamente um ano e envolveu dez professores e oito alunos, vai ser apresentado nesta sexta-feira a representantes do Município, entre eles técnicos da Sema, da CMTU e da própria Prefeitura. A ideia é mostrar uma série de estratégias e ações para que a cidade consiga reverter esse quadro.
Fizemos contato com o secretário Municipal do Ambiente, Gilmar Pereira, para comentar a pesquisa, mas até o fechamento da reportagem ele não retornou nossas ligações.