SEGUNDA, 04/03/2019, 14:44

Pesquisadores da UEL apostam no uso de amido de mandioca e resíduos da indústria para produção de embalagens 100% biodegradáveis

Cientista afirma que substituição de embalagens convencionais em larga escala é viável, mas precisa de uma legislação que limite ou proíba totalmente o uso delas.

Em tempos de rejeição cada vez maior ao uso do plástico em embalagens, a solução parece estar mesmo na substituição dessa matéria prima. De olho nesse mercado, pesquisadores da UEL estão investindo pesado no estudo e desenvolvimento de materiais de fontes renováveis. O objetivo é a produção de produtos 100% biodegradáveis, que sofrem decomposição em até 90 dias e sua respectiva aplicação em embalagens sustentáveis, que substituam as atuais feitas de plástico convencional.

E uma das frentes de pesquisa é o desenvolvimento de materiais biodegradáveis produzidos a partir de amido de mandioca. O professor Fábio Yamashita, do Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos da Universidade, explica que o Paraná é o maior produtor dessa matéria prima no país. Segundo o pesquisador, o produto tem se mostrado extremamente viável para uso em diversos tipos de embalagens, que hoje são feitas com plástico comum.

Além do amido de mandioca, as pesquisas financiadas pela Fundação Araucária também investem no uso de resíduos da indústria, como bagaço de laranja e malte, bagaço de cana-de-açúcar e casca de aveia e de soja, entre outras matérias primas.

O pesquisador afirma que o mercado de embalagens biodegradáveis vem crescendo no país, mas ainda está longe do ideal e que justamente por isso as possibilidades de avanço são grandes nessa área.

Atualmente só 2% das embalagens produzidas no país são biodegradáveis. O professor Yamashita explica que o produto é uma forte tendência de mercado em outros países. Mas, no Brasil ele ainda se ressente da falta de uma legislação específica, que proíba a produção de embalagens de plástico convencional e seu uso pelos consumidores.

As pesquisas da UEL nessa área já renderam quatro patentes, registradas no Instituto Nacional de Propriedade Industrial. Além das patentes, o projeto já rendeu dezenas de dissertações de mestrado e teses de doutorado, além de artigos em publicações nacionais e internacionais.

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