A Polícia Civil do Paraná confirmou na tarde desta sexta-feira que o delegado Osmir Ferreira Neves Junior vai deixar a chefia da 10ª Subdivisão Policial de Londrina. Em nota, a assessoria informa, apenas, que ele será substituído pelo delegado Amarantino Ribeiro Gonçalves Neto, e que “a troca já estava prevista há alguns meses”. Ela só não tinha sido realizada antes, conforme a nota, por que o delegado “ainda estava com trabalhos em andamento” na delegacia da Polícia Civil de Telêmaco Borba, onde era chefe. Gonçalves Neto deve assumir a função em Londrina na próxima semana.

A troca foi confirmada na mesma semana em que a Corregedoria da Polícia Civil e o Gaeco cumpriram nove mandados de busca e apreensão e sete medidas cautelares contra policiais civis acusados de integrar um grupo que, segundo a denúncia, cobrava propina de pessoas e, em troca, retirava o nome delas de investigações relacionadas a roubo e tráfico de drogas. Dois advogados, que teriam intermediado a conversa entre os agentes e os supostamente extorquidos, também foram alvos da operação. Em um dos casos, segundo o Ministério Público, o valor da propina foi de R$ 55 mil. Durante as investigações, cinco policiais foram afastados das funções.  Dois deles já tinham sido presos, em fevereiro deste ano, por envolvimento no desvio de parte de uma carga apreendida durante a abordagem. Na época, sete servidores foram detidos.

Questionada se a troca da chefia tem relação com as investigações contra os policiais civis, todos lotados na 10ª Subdivisão Policial, a assessoria da Polícia Civil não quis se manifestar. A CBN também tentou contato com o delegado Osmir Ferreira Neves Junior, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem.

Ele chefiou a Polícia Civil em Londrina desde fevereiro de 2017, ou seja, por três anos e oito meses. Antes de ser transferido para 10ª SDP, Neves Junior tinha sido chefe da 9ª Subdivisão, em Maringá. Ainda não há informações para onde o delegado vai ser encaminhado agora.