QUARTA, 27/04/2022, 15:54

Policiais receberam até R$ 15 mil de propina para permitir exploração de jogos de azar na região de Londrina

Denúncia apresentada pelo Ministério Público pede para que todos os agentes envolvidos no esquema de corrupção investigado pela Operação Imperium sejam demitidos das funções. Atualmente, eles estão afastados dos cargos, mas continuam recebendo salários.

Oito policiais civis foram oficialmente denunciados à Justiça esta semana por suposta participação no esquema de corrupção investigado pela Operação Imperium, do Ministério Público (MP). De acordo com a denúncia, os agentes públicos recebiam propina de empresários da região para permitir a exploração de jogos de azar em Ibiporã e Jataizinho, na região metropolitana de Londrina. Durante as investigações, foi possível identificar o pagamento de R$ 15 mil a um dos envolvidos. As quantias teriam sido depositadas na conta do acusado. Os outros teriam recebido valores menores e até um churrasco no interior da carceragem da Polícia Civil, em Curitiba, durante o período em que ficaram presos, no ano passado. Atualmente, todos os investigados respondem às acusações em liberdade. Eles estão afastados das funções, mas continuam recebendo os salários normalmente. Na denúncia, o MP pede para que os policiais sejam condenados pelos crimes cometidos e, também, que eles sejam demitidos dos cargos públicos que ocupam. Policiais militares e empresários da região, que teriam pago as vantagens indevidas, também foram denunciados em outro processo por suposta participação no esquema.

Como a denúncia já foi entregue à Justiça, os promotores responsáveis pelas investigações preferiram não gravar entrevistas. Em setembro, quando o caso veio à tona, o promotor Leandro Antunes, do Gaeco, confirmou o fato de que os policiais civis teriam recebido propina do esquema criminoso para fazer vistas grossas à exploração dos jogos de azar e, em alguns casos, até proteger a prática de operações realizadas por outras equipes policiais.

Os policiais civis denunciados no âmbito da Operação Imperium também já tinham sido investigados por desvio de mercadorias apreendidas em Londrina em fevereiro de 2020. De acordo com a Corregedoria da Polícia Civil, eles teriam participado da apreensão em um apartamento no centro da cidade e ficado com parte do material. A carga, composta por celulares, tablets e computadores, foi avaliada, na época, em R$ 450 mil. Por essa acusação, os agentes ficaram presos por seis meses e, atualmente, continuam respondendo ao processo em liberdade. O julgamento ainda não tem prazo para ocorrer.

Por meio de seus advogados, os investigados sempre negaram todas as acusações. Em relação à nova denúncia da Operação Imperium, a defesa ainda não se manifestou oficialmente.

Por Guilherme Batista

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