QUINTA, 22/07/2021, 17:26

Prefeitura firma parceria com universidades para criação de observatório que pretende traçar o perfil da mulher vítima de violência em Londrina

Por meio da iniciativa, município vai criar um banco de dados digital com os atendimentos realizados e, assim, conseguir compreender quais políticas públicas são as mais adequadas.

Londrina está perto de ter um observatório que pretende traçar o perfil da mulher que é vítima de violência. O primeiro passo para a criação da ferramenta foi dado nesta quinta-feira (22), com a assinatura de um acordo de cooperação técnica pela prefeitura, responsável pela rede de enfrentamento, e duas universidades públicas, que, por meio da pesquisa, pretendem criar um banco de dados com os procedimentos realizados na cidade. O sistema, que será alimentado por pesquisadores da UEL e técnicos da UTFPR, vai receber dados do trabalho realizado pelo CAM, o Centro de Atendimento à Mulher, que, desde a sua implantação, nos anos 2000, atendeu mais de 13 mil mulheres em Londrina. Atualmente, os prontuários dessas consultas e encaminhamentos estão todos em papel. O principal objetivo do observatório passa pela digitalização desses processos, conforme explicou a secretária municipal de Políticas Públicas às Mulheres, Liange Doy Fernandes.

Na avaliação do prefeito Marcelo Belinati, por meio do observatório, também vai ser possível compreender quais políticas públicas são as mais adequadas para a cidade.

Os dados vão ser coletados e analisados por uma equipe do Departamento de Serviço Social da UEL, que vai alimentar o sistema e também sugerir quais serviços precisam ser criados ou readequados. Já o banco de dados vai ficar armazenado em um software criado por alunos de Engenharia de Controle e Automação e Engenharia da Computação da UTFPR. O sistema permite a extração de relatórios, com cruzamento de dados e aprofundamento das análises propostas. O reitor da UEL, Sérgio Carvalho, ressaltou a importância da parceria, destacando que ela se tornou uma forma de as instituições de ensino devolverem à sociedade.

Com os dados obtidos pelo sistema de informação será possível relacionar quem são os agressores, quantos voltam a reincidir na violência, quantos cometem agressões com outras pessoas, quem são as vítimas mais frequentes, qual sexo, idade, raça/etnia e escolaridade, quais são as regiões com maiores índices de violência contra a mulher, quais serviços atenderam a vítima de violência doméstica, qual a tipologia da violência, entre outras informações. O observatório deve ganhar corpo nos próximos meses, e a intenção do poder público é incluir no sistema dados de outros órgãos que fazem parte da rede de enfrentamento, como a Delegacia da Mulher e a Vara Maria da Penha.

Por Guilherme Batista

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