Projeto pode revogar contrato entre Prefeitura de Londrina e Sanepar
Vereador Roberto Fu acredita que sucessivas reclamações de usuários são suficientes para encerrar acordo, assinado no ano passado pelo ex-prefeito Alexandre Kireeff
Protocolado na semana passada na Câmara Municipal, o projeto do vereador Roberto Fu, do PDT, que revoga integralmente o contrato assinado no final de junho de 2016 entre a Prefeitura de Londrina e o Governo do Estado nem chegou à Comissão de Constituição e Justiça, a primeira na tramitação interna do Legislativo, e já promete muita polêmica pela frente.
No ano passado, o então prefeito Alexandre Kireeff, o governador Beto Richa, do PSDB, e o presidente da Sanepar, MounirChaowiche, renovaram o vínculo por mais 30 anos para tratamento da água potável, coleta e esgoto, serviços que, conforme a negociação feita entre as duas partes, deverá atingir 100 por cento das residências londrinenses.
O investimento total ultrapassa R$ 1 bilhão e 600 milhões de reais. Para Roberto Fu, a estatal paranaense, um ano e meio após a assinatura, não tem cumprido com as condições acertadas. Segundo o parlamentar, a situação tem gerado um acúmulo de reclamações dos contribuintes que, em grande parte, não são resolvidas.
Na justificativa do projeto, Fu explicou que a Sanepar registra gastos exorbitantes. Conforme o vereador, a empresa, com a administração assegurada do tratamento de água em Londrina por mais três décadas, poderia pensar, por exemplo, em reduzir o valor da tarifa mínima.
Apesar do contrato ter sido firmado entre o Executivo e a Sanepar, Roberto Fu acredita que a Câmara, caso a proposta apresentada por ele seja aprovada, teria autonomia para intervir no acordo.
Questionado qual seria a alternativa da prefeitura em uma possível revogação, o vereador sugeriu ao prefeito Marcelo Belinati a contratação do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto de Ibiporã, a Samae.
No plenário, o texto elaborado por Roberto Fu foi defendido por Rony Alves, do PTB. Em entrevista á CBN, ele não voltou atrás nas críticas feitas publicamente à Sanepar, mas adotou um tom mais calmo quando perguntado se apoia ou não a revogação do contrato.
A matéria deve ser discutida na Comissão de Justiça da Câmara até o dia 19 de dezembro. A assessoria de imprensa da prefeitura informou que só irá se manifestar no momento oportuno. A reportagem não conseguiu contato com a assessoria da Sanepar.