Publicano 4 chega na reta final
Ministério Público avalia que a quarta fase da Operação, a maior de toda a Publicano em número de reús e de crimes praticados, traz provas robustas da participação dos acusados nos crimes denunciados.
Os depoimentos da 4ª Fase da Operação Publicano começaram no início de abril. O primeiro acusado a ser interrogado foi o ex-auditor Luiz Antônio de Souza, principal delator do esquema. Somente a ação da quarta fase tem 110 réus, 50 deles auditores, sete contadores, além de advogados e empresários. No total, os acusados indicaram cerca de 500 testemunhas. A denúncia do Ministério Público apontou casos de corrupção, entre 2008 e 2014, envolvendo empresas de vários setores. Para o promotor Jorge Barreto, a 4ª Fase da Publicano foi extremamente positiva já que há provas contundentes em relação à maioria dos crimes praticados.
Jorge Barreto minimiza as tentativas das defesas de alguns dos acusados de colocar em cheque a Operação. A primeira delas ocorreu no início desse ano quando a defesa de Luiz Antônio de Souza pediu a suspensão da Publicano alegando que havia diferenças entre o que foi dito pelo delator nos interrogatórios e o que está nos autos. A defesa questionou o fato de que nem todos os depoimentos tomados pelos promotores tinham sido gravados. Em outro episódio, o auditor Orlando Aranda, réu na Publicano, acusou diferenças entre dois depoimentos de Luiz Antônio de Souza. Em um deles, Souza dizia aos promotores que o contador Paulo Caetano fazia parte do esquema. E em outro vídeo, gravado no dia seguinte, desmente o que havia dito. O promotor diz que já esperava por esse tipo de conduta dos advogados de defesa.
A Publicano 4 é a maior fase de toda Operação em número de reús e de crimes praticados. Jorge Barreto afirma que agora essa fase da Operação entra na reta final, mas não há como fixar um prazo para o julgamento, exatamente por conta do grande número de réus.
As investigações da Operação Publicano começaram ainda em 2014 e a Operação foi deflagrada em março de 2015. Em dezembro passado, a Justiça condenou 42 réus na primeira sentença da operação. A segunda sentença da Publicano, de 28 de março, condenou dois ex-auditores da receita a 10 anos de prisão por corrupção passiva. Segundo Jorge Barreto, outras fases da Publicano seguem em andamento. A Publicano 3 aguarda o retorno de algumas cartas precatórias para seguir para a fase de diligências e alegações finais. De acordo com o Promotor, a fase 5 da Operação ainda está na fase inicial, já que alguns réus ainda nem apresentaram resposta à acusação, e a Publicano 2 depende da marcação das datas das audiências de instrução e julgamento. A fase 6 da Operação seria iniciada essa semana, mas por conta de recursos da defesa a instrução foi adiada para outubro.