Quatro policiais militares são presos acusados de simular confronto para executar agiota em Ibiporã
Familiares de uma ex-vereadora de Bela Vista do Paraíso teriam contratado os oficiais por R$ 100 mil para cometer o crime.
A segunda fase da Operação Mar Vermelho focou no falso confronto envolvendo quatro Policiais Militares e cumpriu sete mandados de busca e seis de prisão nesta quarta-feira. As apurações são relacionadas a um homicídio cometido no dia 10 de setembro de 2021 em Ibiporã (região metropolitana de Londrina). Entre os presos, estão quatro policiais militares (três praças e um oficial) da Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam).
Segundo as investigações do Gaeco (Grupo de atuação e Combate ao Crime Organizado), três integrantes de uma família de Bela Vista do Paraíso – entre eles, uma ex-vereadora – teriam contraído uma dívida de aproximadamente R$ 180 mil com agiotas de Londrina. Após a dívida se acumular e por conta da pressão pelo pagamento, os integrantes da família contrataram os policiais militares por R$ 100 mil para matar dois agiotas.
Segundo o promotor de Justiça, Jorge Barreto, os familiares teriam atraído os homens até Ibiporã onde os PM's da Rotam estavam em serviço na cidade. Após a entrega do dinheiro, a poucos metros de distância, um dos agiotas foi abordado e teria sido executado.
Outra descoberta da investigação é que os policiais estiveram em um estabelecimento comercial vizinho e determinaram que as câmeras de monitoramento fossem desligadas, para evitar que a ação criminosa fosse gravada. O coordenador do Gaeco, diz que o Ministério Público e a Polícia Militar lamentam a atitude de alguns PM’s que em serviço e fardados usaram a função para cometer crimes.
Um dos policiais já estava preso, em razão da primeira fase da operação acusado de outro crime de latrocínio contra um empresário e foi encaminhado para o complexo médico penal de Pinhais. Outros três estavam afastados das funções e eram monitorados por tornozeleira. Com a prisão preventiva concedida pela Justiça, o trio de PM’s foi ouvido pelo Gaeco e transferido ao batalhão da Polícia Militar em Curitiba. Um homem está foragido e o outro foi preso. Eles são o pai e irmão da ex-vereadora e teriam contratado os PM’s para matar o agiota.