Relatório aponta que contratação de leitos particulares de UTI Covid em Londrina foi precipitada
Secretário Municipal de Gestão Pública rebate estudo e defende, inclusive do ponto de vista financeiro, contrato assinado com Hospital do Coração.
O relatório sobre a contratação dos 50 leitos de UTI do Hospital do Coração foi apresentado pelo Observatório da Gestão Pública de Londrina à Secretaria Municipal de Saúde. De acordo com o levantamento, o contrato, assinado em junho deste ano e válido, incialmente, por 60 dias, foi renovado seis vezes e vence no próximo dia 31. Ainda segundo o estudo, a partir do quinto termo aditivo a quantidade de leitos passou a variar, de acordo com a previsão de utilização. No total, de acordo com o relatório, foram repassados até agora para o Hospital do Coração mais de R$ 15 milhões.
O OGPL analisou também a dispensa de licitação para contratar os leitos de UTI no HC e solicitou os relatórios da ocupação diária deles desde o início do contrato. Para elaborar o estudo, o Observatório informou ter buscado informações sobre a estrutura de atendimento junto ao HU e ao Hospital do Coração, além de uma reunião virtual com o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado.
O Município justificou a contratação das 50 UTIs junto à iniciativa privada a partir da possibilidade de não haver leitos para serem requisitados caso houvesse uma demanda elevada. Mas, para o OGPL esta necessidade só teria ficado mais evidente nos últimos meses. A entidade apontou ainda no relatório que a Prefeitura se adiantou em contratar as UTIs mesmo sem um estudo técnico que apontasse a necessidade disso naquele momento.
O presidente do Observatório, Roger Trigueiros, afirma que foi um levantamento minucioso e detalhado. Ele cita uma das etapas previstas no chamado Plano de Ampliação de Leitos Hospitalares, que teria sido antecipada sem justificativa e avalia que o processo de contratação do Hospital do Coração foi muito rápido e não permitiu que outros hospitais também apresentassem propostas.
O secretário Municipal de Gestão Pública, Fábio Cavazotti, rebateu o relatório do OGPL e defendeu o contrato firmado com o Hospital do Coração, que segundo ele foi um pedido do Coesp, além do planejamento do Município para atendimento dos pacientes da Covid.
Cavazotti disse que ainda não recebeu o estudo do Observatório e, mais uma vez, defendeu, inclusive do ponto de vista financeiro, as bases do contrato assinado.