Requerimento que repudia indicação de Flávio Dino ao Supremo Tribunal Federal gera debate acalorado na Câmara de Londrina
Durante a discussão, o atual ministro da Justiça chegou a ser chamado de "verme" e comunista por alguns vereadores. Já outros parlamentares questionaram a ineficácia do requerimento, que foi aprovado em plenário.
Um assunto de renome nacional foi o que mais repercutiu entre os vereadores durante a sessão desta terça-feira (12) da Câmara Municipal de Londrina. O debate acalorado teve início a partir da aprovação de um requerimento, de autoria do vereador Giovani Mattos (PSC), que repudia a indicação do ministro da Justiça, Flávio Dino, para o Supremo Tribunal Federal (STF).
A moção de repúdio, destinada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi aprovada com 13 votos favoráveis. Outros cinco parlamentares se abstiveram e houve, ainda, um voto contrário da vereadora Lenir de Assis (PT).
Depois da votação, diversos vereadores se utilizaram da palavra para justificar o voto. O primeiro a abrir a fila foi justamente o presidente da Câmara, Emanoel Gomes (Republicanos). Apesar de ter votado favoravelmente ao requerimento, ele questionou a ineficácia da moção de repúdio, destacando, inclusive, que chegou a ser procurado por pessoas para apresentar o pedido e que resolveu não fazê-lo por achar que a posição do Legislativo não afetará em nada na decisão de Lula.
Visivelmente irritado, Gomes disse ainda que, por meio da aprovação, os vereadores estariam "passando a mão na cara" de quem eles representam.
A fala de Gomes foi rebatida na sequência por Giovani Mattos, autor do requerimento. Ele lembrou que a indicação de Flávio Dino ao STF precisa ser aprovada pelo Senado Federal, e que é importante mostrar aos senadores do Paraná que a Câmara de Londrina não concorda com a decisão de Lula.
Outros vereadores foram ainda mais críticos. Caso da bolsonarista Jessicão (PP), que chegou a chamar Lula e Dino de "vermes".
O líder do prefeito na Câmara, vereador Eduardo Tominaga (PSD), por sua vez, disse que Dino é declaradamente comunista, e que essa posição política poderá afetar as decisões a serem tomadas por ele como ministro do STF.
Lenir de Assis, por fim, a única petista da atual legislatura, saiu em defesa da indicação, destacando o currículo de Dino e rebatendo as acusações dos colegas à decisão.
Flávio Dino será sabatinado pelo Senado nesta quarta-feira (13). Só depois disso, e do aval da Comissão de Justiça da Casa, os senadores decidirão se aprovam ou não a indicação. Serão necessários 41 votos para que a decisão de Lula seja aceita e, consequentemente, Dino seja liberado para assumir como ministro do STF.