Retrospectiva 2022: Londrina teve visitas de Lula e Bolsonaro, projetos polêmicos em discussão na Câmara e eleição de sete deputados em outubro.
Na reportagem desta terça-feira, a rádio CBN relembra os principais fatos do ano quando o assunto foi política.
Assim como em todo o país, as eleições de outubro dominaram o noticiário político em Londrina durante todo o ano de 2022. Ainda mais porque a cidade foi palco de visitas de campanha dos dois principais candidatos à Presidência da República. Lula, do PT, que viria a ser eleito pela terceira vez presidente do Brasil, veio em março para um evento no assentamento Eli Vive, do MST, na área rural da cidade. Acompanhado de apoiadores e de Roberto Requião, que saiu na disputa para governador, o então pré-candidato subiu o tom contra Jair Bolsonaro, seu principal adversário, e também fez críticas diretas ao ex-juiz Sérgio Moro, que na época também cogitava lançar candidatura para presidente. Por fim, Moro, algoz de Lula na Lava-Jato, disputou o Senado e, assim como o petista, foi eleito.
Já o presidente Jair Bolsonaro, do PL, derrotado nas urnas, visitou a região duas vezes. Na primeira, em abril, ele passou pela Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina, onde fez discurso já mirando as eleições, e também foi até o Santuário São Miguel Arcanjo, em Bandeirantes, com o governador Ratinho Junior, seu principal aliado no estado. Na segunda visita, em setembro, Bolsonaro fez uma motociata até o Parque Ney Braga, onde encabeçou um comício para centenas de apoiadores. Na época, o repórter Marcos Garrido acompanhou a visita do presidente.
Por fim, Londrina deu vitória ampla a Bolsonaro sobre Lula tanto no primeiro como no segundo turno, quando o presidente venceu na cidade com 72,86% dos votos válidos contra apenas 27,14% do petista. Já em relação à representatividade do município na Assembleia Legislativa (Alep) e na Câmara Federal, pouca coisa mudou. No Congresso, a cidade continuou a ter os mesmos representantes, com a reeleição dos deputados federais Filipe Barros, do PL; Luiza Canziani, do PSD; e Diego Garcia, do Republicanos. Já na Alep, foram reeleitos Tercílio Turini, Tiago Amaral e Cobra Repórter, todos do PSD. A novidade ficou por conta da eleição de Cloara Pinheiro, também do PSD, que conseguiu uma cadeira depois de a candidatura de Moacyr Fadel ser questionada por conta de uma condenação criminal do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR). A defesa dele conseguiu derrubar o questionamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) precisou fazer a recontagem dos votos. Apesar disso, a eleição de Cloara foi mantida. Ela foi a candidata a deputada estadual mais votada de Londrina nas eleições deste ano, com 26 mil votos. Em entrevista à apresentadora Cláudia Lima no dia seguinte ao pleito, a agora deputada eleita prometeu representar o município na Alep e trabalhar por projetos sociais.
E assim como em todo o país, a vitória de Lula foi questionada por apoiadores de Bolsonaro também na região de Londrina. Em atos antidemocráticos, muitos deles ajudaram a bloquear diversas rodovias do norte do estado nos dias que sucederam a realização do segundo turno. Caminhoneiros que foram parados nos pontos contra a vontade só conseguiram seguir viagem sob escolta da Polícia Militar.
Os bloqueios chegaram ao fim depois de decisões judiciais. Atualmente, parte dos manifestantes seguem em frente ao Tiro de Guerra de Londrina, também em manifestações ilegais e contra a democracia, questionando o resultado legítimo das urnas.
O ano de 2022 também foi movimentado na Câmara de Vereadores, que, ao longo dos últimos doze meses, discutiu uma série de projetos polêmicos. Entre as propostas, destaque para a que autoriza o comércio varejista a funcionar 24 horas por dia na cidade. A matéria passou quase dois anos em discussão e só foi aprovada em primeiro turno no início de dezembro. A chamada segunda discussão vai ocorrer só em 2023, após o recesso parlamentar.
Neste ano, a Câmara também precisou voltar atrás e arquivar o projeto que previa a criação de dois novos cargos comissionados para a Casa com salários de mais de R$ 20 mil por mês. As novas funções, de diretor de Comunicação e de diretor legislativo, iriam custar mais de R$ 750 mil aos cofres públicos. Depois de causar muita insatisfação entre a população e entre os próprios vereadores, em novembro, a proposta foi extinta.
Por outro lado, foi dado andamento ao processo de reforma geral do prédio da Câmara. A Casa liberou mais de R$ 14 milhões de um fundo especial criado justamente para a realização das obras para que a prefeitura licite e acompanhe os trabalhos, que devem ter início em fevereiro e durar dois anos.
A liberação dos recursos foi aprovada durante as sessões extraordinárias realizadas pela Câmara nas últimas semanas para a apreciação de 16 projetos apresentados pela prefeitura em regime de urgência. Os vereadores também elegeram a próxima Mesa Executiva da Casa, que ficará à frente dos trabalhos regimentais entre 2023 e 2024, quando também termina a atual Legislatura. Depois de uma reunião em que foi derrubada a possibilidade de uma vereadora mulher encabeçar uma das chapas, o que seria histórico, o pastor Emanoel Gomes, do Republicanos, que está em seu terceiro mandato, foi eleito como o próximo presidente da Câmara.