QUARTA, 19/10/2016, 19:44

Réu na Publicano, ex-delegado da Receita Estadual em Londrina diz que foi preso para ser forçado a fazer delação

Ao ser interrogado pela Justiça nessa quarta-feira (19), José Luiz Favoreto falou ainda que já foi “condenado pela imprensa” e negou envolvimento com o esquema de corrupção na Receita Estadual. Já o Ministério Público argumenta que existiram indícios suficientes para a detenção de Favoreto.

O auditor fiscal e ex-delegado da Receita Estadual em Londrina, José Luiz Favoreto, foi o último réu da ação penal oriunda da 3º fase da Operação Publicano a ser ouvido pelo juiz Juliano Nanuncio, da 3º Vara Criminal da cidade, em audiência que ocorreu na tarde dessa quarta-feira (19).

Para o Ministério Público estadual, Favoreto é peça-chave em um esquema que consistia na lavagem do dinheiro obtido na cobrança de propina de empresários que, em tese, deveriam ser fiscalizados pelo fisco do Paraná. No entanto, o ex-delegado negou as acusações que pesam contra ele e criticou a atuação do MP e do Grupo de Combate ao Crime Organizado ao afirmar que foi preso na 3º etapa da Publicano para ser forçado a fazer uma delação premiada. Em sua fala, José Luiz Favoreto alegou ainda que, assim que conseguir reaver documentos que estão com os dois órgãos, poderá apresentar provas de sua inocência.

Por outro lado, o promotor de justiça Jorge Barreto rebateu a declaração de Favoreto e argumentou que os investigadores apresentaram indícios suficientes que culminaram na prisão do auditor em outubro de 2015.

José Luiz Favoreto também disparou contra a imprensa, ao dizer que “já foi condenado” por ela e que acabou “escrachado pela mídia”. Apesar das críticas, tanto o réu quanto o seu advogado, Walter Bittar, deixaram a audiência sem dar entrevistas.

Um dos principais pontos da denúncia do Ministério Público trata da empresa PF & PJ, que, segundo os promotores, está no nome do irmão e da cunhada de José Luiz Favoreto, mas teria o ex-delegado como verdadeiro dono e seria utilizada para lavar dinheiro. Favoreto afirmou diversas vezes que não tem conexão com a PF & PJ, mas, para Jorge Barreto, a investigação prova o contrário.

Depois de ouvir 10 réus desse processo, o juiz Juliano Nanuncio espera agora pelas respostas das cartas precatórias de outros seis acusados. Conforme o magistrado, a sentença da Publicano 3 será proferida no primeiro trimestre do próximo ano.

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