Dezenas de estudantes secundaristas decidiram ocupar a Câmara Municipal de Londrina na sexta-feira (4). Eles protestam principalmente contra medidas do governo federal, como a Proposta de Emenda à Constituição que limita despesas públicas e a Medida Provisória que prevê uma reforma do ensino médio.

A tomada do local teve momentos de tensão: o vereador Roberto Fú, do PDT, tentou entrar no prédio, mas foi impedido por manifestantes. O parlamentar alegou que foi agredido e registrou boletim de ocorrência no 4º Distrito Policial. Já os alunos sustentam que as agressões partiram do vereador.

Em reunião com os estudantes, parlamentares da mesa executiva da Casa tentaram negociar a saída do grupo, mas não houve acordo. O presidente da câmara, Fábio Testa, do PPS, disse que espera que eles deixem o local até as 14h desta segunda-feira (7). Caso contrário, o parlamentar afirmou que o Legislativo entrará na Justiça com um pedido de reintegração de posse.

Já os secundaristas rebatem e falam que irão permanecer no espaço por tempo indeterminado, mas permitirão que as atividades da Casa sejam realizadas a partir desta segunda-feira - ao mesmo tempo em que ocorre a ocupação. Uma adolescente que preferiu não se identificar declarou que os manifestantes também têm reivindicações locais, como o fim da falta de vagas em creches.

Apesar de acenar com um pedido de reintegração de posse, o presidente da câmara defendeu a legitimidade da manifestação e prometeu que na sessão de terça-feira (8) será sugerida a criação de uma comissão para acompanhar os pedidos dos alunos e levá-los aos governos estadual e federal.

Além dos secundaristas na Câmara de Vereadores, também há ocupações na UEL. Entre elas, a da rádio da instituição, que está tomada por universitários de Jornalismo e Relações Públicas desde a última quarta-feira (2).

Ao mesmo tempo, segundo o Núcleo de Educação de Londrina, o Colégio de Aplicação foi a última escola da cidade a ser desocupada. A ação ocorreu na tarde de sexta-feira e, conforme o diretor da unidade, Edmilson Lenardão, a saída dos estudantes foi tranqüila.