Secretaria de Saúde não vai mais realizar os chamados Liras para medir infestação do mosquito Aedes aegypti em Londrina
Setor de Vigilância em Saúde argumenta que levantamento “engessava” o acompanhamento realizado pelo poder público, uma vez que resumia toda a situação da doença na cidade em um único número. Londrina já tem, no atual ciclo epidemiológico, mais de 1.200 casos suspeitos de dengue.
A diretora do setor de Vigilância em Saúde do município, Sônia Fernandes, revelou em primeira mão, durante entrevista à CBN nesta quarta-feira, que a Secretaria Municipal de Saúde não vai mais realizar os tradicionais Liras para medir a infestação do mosquito da dengue em Londrina. O chamado Levantamento Rápido de Índices do Aedes aegypti foi realizado apenas uma vez em 2020, lá no início do ano. Nos últimos meses, conforme Sônia, as equipes fizeram uma avaliação em relação à metodologia, e constataram que o levantamento “engessava” o acompanhamento e os trabalhos de prevenção realizados pelo município, uma vez que, segundo a diretoria, resumia toda a situação da doença na cidade em um único número. A nova metodologia, de acordo com ela, envolve a realização de diversos levantamentos durante o ano.
Apesar da mudança, Sônia Fernandes garantiu que os trabalhos de prevenção, com a visita dos agentes de endemias em imóveis e a limpeza de terrenos que podem acumular água parada, continuam a todo vapor na cidade. Ela lembrou, ainda, que a população também precisa fazer a parte dela, já que quase 90% de todos os focos do mosquito são encontrados, justamente, dentro dos quintais das casas.
Segundo boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde na última semana, Londrina já tem, no atual ciclo epidemiológico, iniciado em julho, 24 casos confirmados de dengue e outros 1.238 suspeitos. Sônia Fernandes destacou que, infelizmente, a doença já passou a fazer parte do dia a dia da cidade, mas alertou que o Aedes também transmite a zika e a chicungunya, patologias que, segundo ela, podem evoluir para situações de epidemia se não houver o cuidado devido por parte da população.