SEGUNDA, 22/03/2021, 18:38

Superlotado, Hospital Universitário de Londrina anuncia credenciamento de mais 50 leitos exclusivos para pacientes com coronavírus

Vão ser qualificadas trinta vagas de UTI e ampliadas outras vinte, de acordo com a direção. Iniciativa pode ajudar hospital a dar conta de pelo menos parte da demanda represada.

A superintendente do Hospital Universitário de Londrina, Vivian Feijó, confirmou, durante entrevista coletiva nesta segunda-feira (22), que a instituição tem trabalhado, desde a semana passada, na ampliação do número de leitos exclusivos para pacientes com coronavírus. O planejamento teve início após uma decisão da Justiça Federal, que obrigou a União a custear a qualificação de cerca de 40 novas vagas de cuidados intermediários no hospital. De lá para cá, a direção do HU se reuniu com representantes das secretarias de Saúde do estado e do município com o objetivo de discutir as melhores formas de se criar a estrutura, uma vez que a unidade sofre com a falta de espaço físico e equipes qualificadas.

Vivian explicou que ficou decidido que o hospital vai credenciar 50 novos leitos exclusivos para o tratamento de infectados pela Covid-19. Trinta deles, de UTI, vão passar por um processo de qualificação, e os outros vinte, sendo dez de Terapia Intensiva e outros dez de cuidados intermediários, vão ser efetivamente criados. A superintendente explicou que, para realizar o processo de ampliação, o hospital vai precisar se utilizar da estrutura física que, atualmente, comporta os chamados leitos gerais, sendo 41 de UTI e 237 de enfermaria, utilizados no tratamento de pessoas com doenças e problemas diversos.

Ela destacou a importância da iniciativa para dar conta de pelo menos parte da demanda represada no hospital. Atualmente, na ala Covid, 105% dos leitos de enfermaria e 110% dos de UTI estão ocupados. Ou seja, tem sido preciso acomodar parte dos pacientes em outros setores. No pronto-socorro, a lotação é de 189%, com 61 pacientes internados no aguardo da liberação de vagas na Terapia Intensiva.

Vivian também fez questão de desmentir a informação de que o hospital já enfrenta a falta de oxigênio para atender os pacientes.

Na verdade, o que é motivo de preocupação, de acordo com ela, é a escassez de relaxantes musculares utilizados durante o processo de intubação dos pacientes. Vivian reconheceu que o HU já começou a utilizar a reserva técnica de parte destes medicamentos, e que, dependendo de qual seja, há material apenas para mais uma semana. A superintendente lembrou que o desabastecimento é nacional, mas garantiu que a secretaria estadual já tem trabalhado para repor os estoques do hospital.

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