SEGUNDA, 25/10/2021, 07:05

Temporal com ventos de mais de 70 km/h e chuva de granizo alaga casas, derruba árvores e postes, e deixa mais de 130 mil no escuro na região norte do estado; em Londrina, menino de 13 anos morreu após ser atingido por árvore

Equipes da Copel e da prefeitura passaram todo o final de semana atendendo ocorrências relacionadas à chuva. Trabalhos seguem a todo vapor nesta segunda-feira

Londrina e região voltaram a contabilizar estragos por conta da chuva forte neste final de semana. A tempestade, acompanhada de rajadas de vento de mais de 70 quilômetros por hora e até chuva de granizo, causou um rastro de destruição em cidades de todo o norte do estado. Foi o pior temporal dos últimos cinco anos.

A ventania começou no final da tarde de sábado (23) e se estendeu por pelo menos uma hora. As rajadas de vento destelharam casas, e derrubaram árvores, muros e postes de energia elétrica.

Uma das árvores que caiu durante o temporal tirou a vida de um menino de apenas 13 anos de idade. Ele estava no Autódromo Ayrton Senna, na companhia do pai, acompanhando as 500 Milhas de Londrina. O acidente aconteceu no momento em que os dois tentavam ir embora do local justamente por conta da chegada do temporal. O pai foi na frente, com o objetivo de abrir o carro. O adolescente, que vinha logo atrás, acabou sendo atingido pela árvore, que desabou por conta da ventania. Ele chegou a ser socorrido para o Hospital da Zona Norte, mas faleceu horas depois.

De acordo com a Copel, 133 mil imóveis chegaram a ficar sem energia elétrica no norte do estado. Mais de mil ocorrências foram repassadas à companhia, que precisou reforçar o número de equipes nas ruas para atender os chamados. Na saída do distrito da Warta para Bela Vista do Paraíso, nas proximidades da PR-445, por exemplo, mais de 30 postes desabaram por conta da força dos ventos. Na região sul, também houve a queda de postes, o que deixou os moradores de alguns bairros por pelo menos 4 horas no escuro. Ao todo, segundo a Copel, 156 postes acabaram danificados durante o temporal no norte do estado.

Na ocupação do jardim Primavera, na zona norte, praticamente todas as casas foram destelhadas. No conjunto Ruy Virmond Carnascialli, na mesma região, a enxurrada chegou a invadir algumas residências. Um morador fez um vídeo mostrando os estragos e lamentando o fato de a casa ter ficado, literalmente, debaixo d'água. A culpa, de acordo com ele, foi a falta de bueiros na via.

SN TEMPORAL 1

Ainda na zona norte, a sede da ADA, a principal ONG que dá abrigo a animais abandonados em Londrina, também sofreu diversos estragos. Boa parte do imóvel foi destelhada. Uma árvore de grande porte caiu em cima do local. A presidente da ADA, Anne Moraes, disse, nas redes sociais, que muitos dos animais abrigados ficaram expostos, e pediu ajuda para reparar pelo menos parte dos prejuízos.

Na zona oeste, a ventania derrubou o muro de um colégio estadual. O temporal também afetou os locais de vacinação contra o coronavírus em Londrina. No CCI da zona norte, o toldo que ficava na fachada da unidade foi arrancado pela ventania. Alguns postos também ficaram alagados, mas a prefeitura garante que os problemas já foram resolvidos, e que os locais já estão atendendo normalmente os usuários.

Até o início da tarde de domingo (24), a Defesa Civil tinha atendido 226 ocorrências relacionadas à chuva em Londrina. Foram 145 chamados para o atendimento de quedas de árvores, 74 destelhamentos, quatro deslizamentos, dentre outras demandas. E os trabalhos, para o atendimento de desabrigados e o recolhimento das árvores caídas, continuam nesta segunda-feira (25).

A prefeitura também disponibilizou três pontos para a distribuição de lonas para quem teve a casa destelhada. O serviço está sendo oferecido na base da Guarda Municipal da zona norte, na esquina da avenida Saul Elkind com a rua Joaquim de Oliveira Perfeito; na rotatória das avenidas Jamil Scaff e Máximo Peres Garcia, na região leste; e na sede da Secretaria de Defesa Social às margens do lago Igapó, na zona sul. O prefeito Marcelo Belinati esteve na zona norte durante a manhã deste domingo acompanhando os trabalhos. Ele confirmou que o temporal foi um dos piores da história da cidade, e garantiu que o município vai continuar a postos para reparar os estragos causados pela chuva.

As cidades de Rolândia, Cambé e Ibiporã também registraram diversas ocorrências, principalmente de quedas de postes e árvores. Felizmente, ninguém ficou ferido. O telefone da Defesa Civil, para mais informações, é o 199. Já o da Copel é o 0800 51 00 116.
 

Por Guilherme Batista

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