TERCA, 08/11/2022, 16:38

Vereadora define como “vexame” baixo índice de vacinação contra a poliomielite em Londrina

Menos de 60% das crianças tomaram as doses durante a campanha, que já se encerrou. Ministério Público notificou Secretaria de Saúde pedindo providências.

O baixo índice de vacinação contra a poliomielite segue repercutindo em Londrina. Nesta quinta-feira (8), durante a sessão da Câmara Municipal, a vereadora Lenir de Assis, do PT, fez um desabafo contra os números obtidos durante a campanha. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, apenas 58% das crianças tomaram as doses na cidade. O índice é muito menor se comparado aos 95% preconizados pelo Ministério da Saúde. A queda brusca no percentual, registrada país afora, pode ser determinante para a reintrodução da doença no Brasil, que, em 2022, completou 32 anos sem nenhum caso de paralisia infantil.

Lenir, que preside a Comissão de Seguridade Social da Câmara, definiu como “vexame” o resultado obtido por Londrina na vacinação das crianças contra a pólio.

A Câmara de Vereadores já enviou um pedido de informações à Secretaria de Saúde pedindo providências para que os índices voltem a aumentar na cidade. A autarquia, por sua vez, lembra que realizou uma série de ações nos últimos meses, inclusive nos shoppings e nas creches, para aumentar a cobertura vacinal, mas que a disseminação de fake news contra a imunização e o consequente desinteresse dos pais tem afetado diretamente os planos do poder público para a vacinação das crianças. O município também foi notificado pela Promotoria de Defesa da Saúde Pública, que, em parceria com as secretarias de Saúde e de Educação, pretende fazer um mapeamento das crianças que não foram vacinadas junto às escolas e centros de educação infantil. O Ministério Público quer identificar as principais causas para a ausência da imunização e, a partir disso, traçar estratégias para reeducar pais ou responsáveis sobre a importância de vacinar os seus filhos. A promotoria também não descartou a possibilidade de responsabilizar os pais pela falta da vacinação.

A vereadora Lenir de Assis destacou que, com o fim da campanha, as doses contra a pólio pararam de ficar disponíveis para todas as crianças de 1 a 4 anos nos postos de saúde. Apesar disso, ela fez um apelo para que os pais regularizem o calendário vacinal de seus filhos, principalmente no que diz respeito àqueles que ainda não tomaram a primeira dose do imunizante.

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