TERCA, 06/12/2016, 19:10

Vereadores desistem de votar projeto para ampliar instalação de igrejas em Londrina

Pressionados por moradores de bairros, parlamentares decidiram criar comissão para analisar o tema em detalhes antes de voltar a apresentá-lo em plenário.

A Câmara Municipal de Londrina votaria em primeiro turno na sessão desta terça-feira (06) um projeto de lei encabeçado pelo vereador Junior Santos Rosa, do PSD, que permite a construção de templos religiosos em todas as vias públicas da cidade – desde que sejam obedecidos os critérios de zoneamento das áreas.

No entanto, após quase duas horas de debates e muita reclamação de moradores presentes nas galerias, os parlamentares decidiram criar uma comissão para analisar o tema detalhadamente antes de voltar a apresentá-lo em plenário.

Santos Rosa, entretanto, disse acreditar que o texto poderia ser aprovado em primeira discussão e, em seguida, receber alterações. Segundo ele, hoje as edificações são permitidas em apenas pouco mais de 100 ruas e avenidas.

A proposta de mudança já havia surgido na discussão do Plano Diretor, mas foi rejeitada por uma comissão técnica. A atual matéria recebeu pareceres contrários das secretarias de Obras e do Ambiente. O Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano considerou a ideia permissiva. Já o Consemma disse que, com ressalvas, concorda com a sugestão.

A vereadora Elza Correia, do PMDB, ressaltou as avaliações negativas desses órgãos e ainda falou que Junior Santos Rosa foi “teimoso” ao tentar insistir com a votação.

Líderes religiosos, protestantes em sua maioria, também estiveram na sessão para defender a medida. De acordo com o membro da Igreja Presbiteriana Filadélfia, Elienai Corrêa, atualmente a construção de templos se encontra inviabilizada em Londrina.

Por outro lado, a proposta não é aceita entre representantes de bairros. A presidente da Associação dos Moradores do Vale dos Tucanos, na região sul, Maria Cecília Loures, destacou que não é contra a atividade religiosa, mas alegou que a alteração pode gerar problemas como tráfego intenso e som alto.

Além disso, conforme Elza Correia, o texto pode abrir caminho para novas modificações no Plano Diretor sancionado em janeiro do último ano.

A duas semanas do recesso legislativo, previsto para 21 de dezembro, ainda não se sabe quando será formada a comissão para debater o projeto.

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