QUINTA, 22/08/2019, 19:31

Advogados descobrem que laudo anulado foi anexado novamente a processo em que Guardas Municipais são acusados da morte de jovem na zona norte

Advogada da família de Matheus Evangelista, de 18 anos, prefere não falar em má fé em relação ao retorno do laudo anulado ao processo.

O requerimento à justiça foi protocolado, em caráter de urgência, nesta quinta-feira. No documento, os advogados da família de Matheus Ferreira Evangelista, com apoio do Ministério Público, solicitam à juíza Elisabeth Khater, da 1ª Vara Criminal de Londrina, responsável pelo caso, a retirada de um laudo complementar à necropsia anexado ao processo. A advogada da família do rapaz, Inaiane Gonçalves, afirma que o mesmo documento anulado pela magistrada em janeiro passado voltou a ser anexado ao processo agora.

Na decisão do início do ano, a juíza também havia determinado a elaboração de um novo laudo por outro perito, em função do que classificou como informações de caráter pessoal e parcial presentes no documento.

No laudo, a perita do IML apontou que o fato dos guardas terem levado Matheus Evangelista para o Hospital da Zona Norte na viatura teria sido uma “tentativa heróica de salvamento, sem a qual a vítima poderia ter falecido no local, sem nenhum chance”.  

Na mesma decisão que determinou a anulação e retirada do laudo, a juíza Elizabeth Khater determinou também a abertura de uma sindicância para apurar os fatos. A advogada afirma que a condução do rapaz pelos GMs foi totalmente equivocada e que, pelo menos, por enquanto, a acusação prefere não falar em má fé em relação ao retorno do laudo anulado ao processo.

Os dois guardas municipais são acusados de terem participação na morte do rapaz de 18 anos durante uma abordagem de rotina por perturbação da ordem na zona norte da cidade. Matheus Evangelista foi morto no dia 11 de março de 2018, no Jardim Porto Seguro. O GM Fernando Neves, um dos três que estava na viatura, é o acusado de ter feito o disparo que tirou a vida do rapaz. 

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