QUARTA, 16/09/2020, 18:29

Apesar da pandemia, Paraná segue liderando ranking de doações de órgãos e tecidos

Com o tema  “Doação de Órgãos e Tecidos em Qualquer Tempo”, a campanha Setembro Verde desse ano alerta para a necessidade da população continuar doando independente do momento.

Para quem é um dos mais de dois mil paranaenses na fila, a espera por um órgão pode levar a vários sentimentos. Medo, ansiedade, esperança, e em muitos casos vem quase tudo junto.

Há pouco mais de três anos, o jovem dançarino Renan dos Santos, que na época tinha 23 anos e levava uma vida normal,começou a sentir cansaço para atividades simples.No médico, levou um susto. Foi diagnosticado com uma miocardiopatia e a partir dai a vida mudou. Coisas simples do dia a dia passaram a ser proibidas.

Entrou na fila para um transplante de coração há oito meses, algumas semanas antes da pandemia. No começo, ele conta, que o medo foi natural, chegou a entrar em depressão, mas com informação e apoio dos médicos e da família, começou a tocar a vida, a fazer planos e parou de pensar na doença. Apesar de tudo isso, ele diz que a ansiedade e a expectativa existem.

Apesar da pandemia, o Paraná continua em primeiro lugar na doação de órgãos e tecidos no Brasil, com uma taxa de 44,1 de doação de órgãos por milhão de pessoas.

Renan manda um recado para quem tem receio em autorizar a doação de órgãos e diz que tudo que vem passando nos últimos anos serviu também para entender melhor o outro lado, o sofrimento de quem perdeu uma pessoa querida.

E como a pandemia vem concentrando a atenção das pessoas, a Campanha Setembro Verde desse ano trouxe o tema “Doação de Órgãos e Tecidos em Qualquer Tempo”. Uma tentativa de alertar a população para a importância do tema e para reafirmar que, apesar do momento, há muita gente que continua esperando por um órgão para continuar vivendo.

As coisas mudaram nos últimos meses em relação aos transplantes, mas o sistema foi se adaptando, explica a coordenadora da Organização de Procura de Órgãos de Londrina, a enfermeira Emanuelle Zocoler.

A  coordenadora de Procura de Órgãos de Londrina explica que a principal mudança no HU, por exemplo, foi a taxa de contraindicação para doação que aumentou de 38% para 65%, por conta das restrições em relação aos potenciais doadores. Mas nos hospitais que não são referência para a Covid-19, explica a enfermeira, a situação mudou pouco.

A boa notícia é que a taxa de recusa das famílias em fazer a doação aqui no Paraná caiu durante a pandemia, era de 27% e passou para 24%, para a coordenadora em função de uma maior sensibilização das pessoas para o assunto.

Comentários