Atitudes simples que geram grandes mudanças.

Cristina dos Santos é diretora do Centro de Educação Infantil Nossa Senhora do Carmo, uma das entidades de Londrina e região beneficiadas pelo programa Mesa Brasil, desenvolvido pelo Sesc Paraná. Assim, como as 106 crianças de um a três anos atendidas pela creche, outras 12 mil pessoas recebem alimentos doados de empresas parceiras do projeto desenvolvido desde 2006.

A Associação Mãos Estendidas (AME) que atende 100 crianças e adolescentes no contra turno escolar, recebe as doações de alimentos a cada 10 dias. Para a coordenadora, Viviane Sasazaki, os produtos que chegam à entidade, fazem a diferença na qualidade das refeições.

820 milhões de pessoas no mundo não tiveram acesso suficiente a alimentos em 2018, e em 2017 foram 811 milhões. Os dados, que crescem a cada ano, são do relatório anual “O estado da segurança alimentar e da nutrição no mundo”, divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU). Esses números representam um imenso desafio para alcançar o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) número 2, que prevê fome zero até 2030.

 O Mesa Brasil nasceu com o objetivo de combater a fome e o desperdício de alimentos. Uma equipe organiza a logística do recebimento das doações e distribuição dos produtos que perderam o valor comercial, mas que estão bons para o consumo. A nutricionista Lara Libanori explica que o programa é uma ponte que “busca onde sobra e entrega onde falta”.

Tudo é planejado detalhadamente para garantir a higiene e a manutenção dos alimentos, desde o recebimento até a entrega às entidades receptoras.

Jorge Shiki é um empresário amigo do Mesa Brasil há cinco anos e está na lista dos 40 doadores do programa. Quase todos os dias, os funcionários do supermercado selecionam os produtos que não são vendidos nas gôndolas, mas que são essenciais para muitas pessoas.

A Ong Cia. das Obras também é parceira e de muitos anos. O trabalho é nacional. Voluntários se reúnem em 60 cidades que têm o Mesa Brasil e coletam alimentos não perecíveis nas portas dos mercados. A coordenadora da Ong, Rose Ponce conta que, em 2018, o resultado chegou a cinco toneladas de arroz, feijão, açúcar, macarrão e outros produtos. Arrecadados no Dia Nacional de Coleta de Alimentos, que se repete este ano no dia 9 de novembro.

No Brasil, de janeiro a julho deste ano, já foram um milhão e 401 mil pessoas atendidas em 568 municípios. Mais de 3300 empresas parceiras e 6042 entidades ajudadas. No Paraná, em 2018, mais de dois milhões de quilos de alimentos deixaram de ser descartados e contribuíram com a alimentação de 135 mil pessoas.

Além de Londrina, o programa existe em mais seis cidades paranaenses.