Previsão de produtividade alta, preços recordes e comercialização antecipada da safra de grãos. O momento é excepcional para o agronegócio. É claro que muito ainda depende do regime de chuvas neste verão. Mas com a saca da soja encostando nos 150 reais e o milho chegando a 70, o produtor resolveu investir. Já havia uma demanda reprimida por maquinário e implementos, pois nos anos anteriores o mercado cresceu pouco. E mesmo com a alta no preço das peças, geralmente importadas, o agricultor aproveitou. O superintendente de insumos da Cooperativa Integrada, Edson Artur Oliveira, viu as vendas de pulverizadores e equipamentos de plantio dobrarem entre agosto e outubro, em relação ao mesmo período em 2019. A aposta é que o bom momento perdure até o início do ano que vem.

Na contramão da demanda, a importação de algumas peças e máquinas atrasou, devido às restrições geradas pela pandemia. Algumas montadoras tiveram dificuldades para trazer insumos de produção de outros países. A Cooperativa Cocamar, por exemplo, representante da John Deere, tinha um bom estoque de tratores e colheitadeiras no início do ano. Mas com o crescimento de 40% de procura e os atrasos na montadora, a concessionária já enfrenta dificuldades para fazer a reposição dos pedidos, explica o gerente de vendas Marcelo Mondego.

O consenso é que esse é um dos melhores momentos dos últimos anos para esse mercado. Mesmo assim, a continuidade depende da liberação de crédito e de chuva na hora certa.