QUINTA, 21/10/2021, 16:12

Cerca de 2.200 pessoas devem ficar desempregadas com fim da atual concessão do pedágio no Paraná

Sindicato que representa a categoria cobra agilidade para realização do novo leilão e defende um contrato emergencial com atuais empresas para evitar prejuízos às famílias dos trabalhadores

O recente anúncio feito pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) que assinatura dos contratos com as novas concessionarás do pedágio ficará apenas para o quarto trimestre de 2022 pegou os trabalhadores dos pedágios de surpresa. O vácuo de um ano sem cobrança de tarifa pode agradar motoristas, mas deixa milhares de famílias de trabalhadores sem sono. 

O Sindecrep-PR (Sindicato dos Empregados nas Empresas Concessionárias no Ramo de Rodovias e Estradas em Geral no Estado do Paraná) estima que cerca de 5 mil famílias serão atingidas pelo fim do contrato de concessão das rodovias no Estado. O levantamento é que existem 2.200 trabalhadores diretos nas seis concessionárias. Há também os terceirizados que prestam serviços de limpeza. Manutenção e roçagem. Valtair Marques, presidente do Sindicato, explica que o vácuo de um ano afeta principalmente trabalhadores de cidades pequenas que não têm muitas alternativas de outros empregos. 

Os contratos com as empresas que administram as rodovias do Paraná devem terminar no dia 27 de novembro. Entretanto, o governo do Estado já descartou prorrogação ou contrato emergencial com as atuais concessionárias, medida defendida pelo sindicato dos trabalhadores. 

O sindicato ainda argumenta que não há garantias de que estes serão contratados pelas novas concessionárias. Outra preocupação é o vácuo de um ano, as rodovias ficarão sem ambulâncias, socorristas e guinchos para o atendimento de urgência em casos de acidentes com vítimas em estado grave, ou se este serviço dependerá exclusivamente dos municípios

A ANTT afirmou que teve que atrasar a assinatura dos contratos por conta do grande volume de contribuições que o projeto de concessão das rodovias recebeu em audiência pública. 
O Ministério da Infraestrutura, por nota respondeu que não tem qualquer relação com os contratos de concessões rodoviários vigentes no Paraná. O órgão destacou que "o novo projeto para a concessão de mais de 3,3 mil quilômetros que está sendo finalizado pela ANTT para o envio para a análise do Tribunal de Contas da União (TCU), prevê a geração de mais de 619 mil postos de emprego, seja diretos, indiretos ou por efeito-renda. O ministério ainda destacou que as rodovias paranaenses receberão mais de R$ 44 bilhões em investimentos privados. 

Por Guilherme Marconi

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