QUINTA, 01/10/2020, 07:35

Cinco policiais civis são afastados das funções em Londrina por suposto envolvimento em esquema de propina

Operação do Gaeco mira grupo de servidores que se associava a advogados para mudar rumo das investigações contra suspeitos de crimes relacionados a roubo e tráfico de drogas

A Polícia Civil do Paraná e o Gaeco  cumpriram na manhã desta quinta-feira nove mandados de busca e apreensão e outras sete medidas cautelares, incluindo o afastamento de cinco policiais civis das funções públicas.  Os mandados foram expedidos pela 5ª Vara Criminal de Londrina.  Dois mandados foram cumpridos em escritórios de advocacia localizados na Gleba Palhano, região sul da cidade.

A investigação teve início em abril de 2019 e mira um grupo composto por policiais civis e advogados. De acordo com o coordenador do Gaeco em Londrina, o promotor de Justiça Jorge Barreto, em um dos casos, um dos advogados encaminhou uma mensagem de áudio por aplicativo de celular para um cliente investigado, citando o nome dos policiais que receberiam “propina” para não envolvê-lo na investigação relacionada a roubo e tráfico de drogas.

Os crimes teriam sido cometidos entre  2017 e 2018 e têm relação com investigações em curso à época, que tramitavam na 10ª Subdivisão Policial aqui de Londrina.  

Em outro fato apurado, servidores teriam exigido, também por intermédio de outro advogado, o pagamento de R$55 mil para não atuarem em flagrante delito um investigado.   A investigação também apura eventuais furtos de objetos apreendidos em uma busca e apreensão realizada pelo grupo criminoso. Um investigado reclamou que durante o cumprimento da busca em sua residência foram subtraídos pelos policiais objetos como celulares, televisão e até um vídeo game.

A ação do Gaeco é realizada em conjunto com a Corregedoria-Geral da Polícia. Os policiais envolvidos irão responder no âmbito criminal e também processo administrativo disciplinar.

No esfera criminal, os envolvidos poderão responder pelos crimes de peculato, corrupção passiva e concussão.  Em nota, a Policia Civil do Paraná disse que não coaduna com desvios de conduta e que todas as denúncias recebidas pela instituição são devidamente apuradas.

Por Guilherme Marconi

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