TERCA, 16/02/2021, 18:23

Estudo inédito investiga características genéticas do novo coronavírus relacionadas às respostas imunológicas dos pacientes infectados.

O projeto reúne mais de 200 pesquisadores de instituições de ensino e pesquisa públicas e privadas.

O projeto Genoma Covid-19, conduzido pela Rede de Estudos Genômicos do Paraná, está realizando uma pesquisa inédita que investiga a relação entre o DNA do vírus e as características genéticas das pessoas infectadas. O objetivo é traçar um paralelo entre as diferentes cepas do coronavírus e as respostas imunológicas de cada paciente. Os dados iniciais, coletados em Curitiba e Londrina, revelaram que 11% da amostragem pertencem à linhagem detectada oficialmente no mês passado, no Rio de Janeiro. Com ampla circulação no Brasil, as alterações genéticas dessa cepa podem potencializar a velocidade de transmissão do vírus.  A pesquisa paranaense também revelou a presença da cepa inglesa em uma amostra de paciente com manifestação clínica grave. Essa variante, detectada tanto no Reino Unido quanto na África do Sul e no Brasil, tem sido caracterizada por uma disseminação mais rápida que as outras, cerca de 70% mais transmissível. O superintendente de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, Aldo Nelson Bona, explicou que os estudos são relevantes em vários sentidos.

Nas próximas etapas a pesquisa deve contemplar amostras de pacientes de Cascavel, Foz do Iguaçu, Maringá e Ponta Grossa, com possibilidade de alcançar até 300 pessoas. Aldo Bona, reforçou a importância do investimento em ciência e afirmou que os resultados desses estudos colocam o Estado na vanguarda do conhecimento científico sobre o novo coronavírus.

O Projeto Genoma Covid-19 envolve mais de 200 pesquisadores, de 17 instituições de ensino superior, que estudam o comportamento do novo coronavírus em pacientes com quadros clínicos graves, mantidos na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) com ventilação pulmonar; em pacientes com quadros clínicos moderados, internados na enfermaria; em pacientes curados sem a necessidade de transferência para a UTI; e em pacientes com quadros clínicos leves ou assintomáticos. 

Por Livia de Oliveira

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