TERCA, 15/10/2019, 18:16

Levantamento revela número alarmante de professores que cometem suicídio no Paraná

Em 2014 foi registrado um único caso, no ano passado foram 15 casos, segundo o Ministério da Saúde.

O Sindicato dos Professores e servidores estaduais – APP Sindicato teve acesso aos dados fornecidos pelo Ministério da Saúde que revelam um crescimento alarmante no número de professores que cometeram suicídio nos últimos anos no Paraná.

Os casos vêm crescendo ano após ano. Em 2014 houve um caso; no ano seguinte, 2015 esse número saltou para quatro; oito em 2016; 12 em 2017 e 15 suicídios de professores em 2018 no Paraná.  

De acordo com o presidente do Sindicato dos professores do estado, Marcio André, a situação acontece há anos, os professores estão adoecendo em salas de aulas e nada é feito para melhorar a situação do docente no dia a dia, pelo contrário as pressões são cada vez maiores, principalmente para os que atuam na rede pública.

Ainda de acordo com o presidente do Sindicato, a categoria busca junto ao governo do estado a redução da sobrecarga dos professores.

Do total de 40 casos registrados de 2014 até 2018, foram 21 homens e 19 mulheres. Já no quesito idade, a maioria tinha entre 40 e 49 anos, 19 casos, seguida pela faixa de 30 a 39 com nove casos e 50 a 59 com seis casos, além de docentes com 20 a 29 anos com três casos. Nas idades de 60 a 69, 70 a 79 e 80 ou mais, houve um suicídio em cada.

Segundo a psicóloga, Rafaele Coutinho, é extremamente importante que os educadores busquem um apoio ao apresentar sintomas de uma depressão ou até de um caso mais profundo de pensarem em suicídio. O afastamento das atividades para recuperação pode ser fundamental e é muito recorrente no País em escolas públicas e particulares.

Nas estatísticas estão incluídos professores e professoras da rede pública e da iniciativa privada de todos os níveis de ensino.

Em nota a Secretaria Estadual de Saúde informou à nossa reportagem que:

“A Secretaria de Estado da Educação e do Esporte reconhece que a carreira pública é desafiadora. Tanto o é que todos os servidores da pasta, assim como os demais funcionários do Estado e seus dependentes têm à disposição o Serviço de Assistência à Saúde (SAS), benefício de cobertura assistencial médico-ambulatorial e hospitalar sem contrapartida financeira, que contempla serviços psiquiátricos – consultas e internamentos.

É preciso ressaltar, entretanto, que os dados citados não fazem diferenciação entre professores das redes pública – municipal e estadual – e privada e entre níveis de ensino. Também seria leviano associar, de pronto, a causa a questões funcionais. Para se chegar à tal afirmação seria necessário um estudo detalhado caso a caso.”

Comentários