Livro de pesquisadoras paranaenses dá voz a 8 mil presos de todo o estado
Publicação mostra a realidade da população carcerária de 23 instituições prisionais e como algumas medidas simples podem prevenir o uso de drogas e a violência.
O lançamento do livro “Vozes do Cárcere II - Paz e Prevenção do uso de drogas nos caminhos das assistências educacional e religiosa” será nesta quinta-feira, 22, às 19h30, na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora. A obra traz os resultados de uma pesquisa realizada com 8 mil presos de 23 instituições do sistema carcerário paranaense.
No livro, que tem pouco mais de 300 páginas, as pesquisadoras e organizadoras da obra, Cineiva Campoli Paulino, Maria Tereza Gomes, Roseli Lacerda e Sonia Maria Chaves revelam as condições em que vive a população carcerária do estado e medidas que podem ajudar a prevenir a adesão ao uso de drogas e ao mundo do crime.
A professora Cineiva Campoli, que é doutora em Tecnologia e Sociedade e mestre em Educação, explica que durante a primeira pesquisa sobre violência, feita em 2011, o tema drogas surgiu com muita força durante o trabalho e acabou motivando uma nova pesquisa, levada a campo alguns anos depois e que deu origem à segunda edição do livro.
A autora explica que a pesquisa deixou claro que os serviços educacionais e religiosos dentro dos presídios são um grande fator de mudança do comportamento social e de recuperação dos presos. E isso foi dito pelos próprios detentos.
Antes do lançamento do livro, Cineiva Campoli faz uma palestra sobre como foi realizada a pesquisa, que deu origem à publicação e apresenta mais detalhes sobre o estudo que foi realizado com a participação de diversas universidades paranaenses.
O lançamento do livro e a palestra fazem parte da 1ª Semana Municipal de Justiça Restaurativa de Londrina, que começou na segunda-feira e vai até sexta. O evento, promovido pelo Conselho Municipal da Cultura de Paz, Compaz, tem na programação mesas-redondas, palestras e a entrega do 8º Selo Arma Não é Brinquedo.
Também na quinta-feira, na Câmara de Vereadores, serão entregues 34 selos da 8ª campanha Arma Não é Brinquedo. Com isso, 82 lojistas passam a ter o selo em seus estabelecimentos. A data marca o Dia Internacional de Protesto contra os Brinquedos de Guerra, instituído pela Organização nas Nações Unidas.
Desde 2003, uma Lei Municipal proíbe o comércio de armas de brinquedo e em 2011 foi instituído o selo. O comerciante que descumpre a legislação pode sofrer várias penalidades, inclusive a suspensão das atividades por 30 dias e a cassação da licença.