O Governo do Estado do Paraná investiu cerca de R$ 20 milhões na compra de 50 câmeras corporais da marca Axon Body 4, um dos equipamentos mais modernos do mundo. As câmeras contam com inteligência artificial, tradução simultânea em diversos idiomas, localização por GPS e possibilidade de transmissão ao vivo.

Essas unidades foram enviadas para Curitiba e Foz do Iguaçu. A escolha se deu por serem regiões turísticas: Curitiba, pela relevância como capital; e Foz, por estar na fronteira e receber grande fluxo de pessoas, especialmente estrangeiros que visitam as Cataratas do Iguaçu.

Segundo o 19º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o Paraná registrou 400 mortes por intervenção policial em 2024, um aumento de 17% em relação a 2023, ficando atrás apenas do Rio de Janeiro entre os estados das regiões Sul e Sudeste.

O anuário também mostra que, entre as 10 cidades brasileiras onde as mortes por ação policial ultrapassam a metade do total de mortes violentas, duas estão na Região Metropolitana de Londrina: Cambé e Arapongas.

Embora Londrina ainda não esteja utilizando essas novas câmeras, o Comandante do 5º Batalhão da Polícia Militar (BPM), Ricardo Eguédis, afirmou que a cidade foi pioneira nos testes com o equipamento. Segundo ele, os policiais estão sendo treinados para lidar com diferentes situações.

Na Câmara Municipal de Londrina (CML), foi protocolado recentemente um projeto de lei que propõe a implementação de câmeras corporais nos agentes da Guarda Municipal (GM). De acordo com o texto, também está prevista a instalação dos equipamentos nas viaturas da GM. A proposta visa à modernização do serviço e à proteção dos direitos fundamentais e da dignidade da pessoa humana.

O projeto ainda estabelece que as gravações sejam armazenadas por até cinco anos. Os custos para a contratação dos equipamentos seriam cobertos pelo orçamento da Secretaria de Defesa Social. Por enquanto, não há data definida para tornar obrigatório o uso de câmeras corporais no Paraná, tampouco para o início dos testes em Londrina.