Um médico que atendia em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em Cambé, na região metropolitana de Londrina, se recusou a dar atestado para uma mãe que levou o filho doente para ser atendido. Ela filmou a conversa que teve com o profissional. O atendimento foi registrado no final de semana, e o vídeo, com a conversa, viralizou nas redes sociais nesta segunda-feira (20). O médico aparece dizendo para a mulher deixar a criança sozinha em casa. A mãe, claro, ficou revoltada.

De acordo com o prefeito de Cambé, Conrado Scheller, outros profissionais da UPA perceberam a situação e encaminharam a mulher com a criança para uma outra médica, que deu o atestado. Ele criticou a atitude do profissional e disse entender a indignação por parte da mãe.

Ainda segundo o prefeito, o médico prestava atendimento na UPA por meio de um convênio com o Cismepar, consórcio intermunicipal da área da saúde. Scheller disse que o médico já foi afastado das funções, e que uma sindicância será aberta para apurar a conduta dele. A prefeitura também pretende notificar o Conselho Regional de Medicina (CRM) sobre a situação.

O prefeito também comentou a possibilidade de o médico em questão ser clínico-geral e não pediatra. Ele garantiu que a UPA sempre atende com uma escala completa de pediatria, e que essa possível discrepância também vai ser apurada.

O diretor-geral do Cismepar, Diego Búfalo, confirmou à CBN que o médico é um clínico-geral que prestava apoio ao setor de pediatria na UPA. Ele garantiu, entretanto, que nada tem de ilegal nisso, e que o tipo de serviço prestado, por meio de uma empresa que contrata o médico, consta no contrato assinado com a prefeitura. O diretor não soube dizer há quanto tempo o plantonista atua na unidade, tampouco se ele presta atendimento para outros municípios da região.

Búfalo disse que a empresa responsável pelo profissional já foi notificada, e que um procedimento interno será aberto para apurar o caso. Ele também confirmou que o médico não vai mais prestar atendimento em Cambé, a pedido da prefeitura, mas que, oficialmente, ele não está afastado das funções.