A promotora de Defesa da Saúde Pública de Londrina, Susana de Lacerda, confirmou, em entrevista coletiva nesta quinta-feira (26), que abriu um procedimento para apurar a morte de Nycollas Dias, de 22 anos, na Unidade de Pronto Atendimento do jardim do Sol, na zona oeste da cidade, na última segunda-feira (22). A instauração do processo foi motivada pela família do rapaz, que procurou o Ministério Público (MP) na quarta (25) para registrar uma denúncia. Os parentes alegam que Nycollas foi vítima de negligência médica.

Susana disse que a promotoria já começou a coletar informações sobre o caso e, inclusive, pediu à Secretaria de Saúde o prontuário médico do jovem. A partir dessa análise preliminar, conforme ela, o MP vai decidir pela necessidade da realização de novas diligências e de uma perícia médica. Enquanto isso não acontece, a promotora destacou não ser possível fazer uma avaliação mais precisa do caso.

O rapaz sofreu uma parada cardiorrespiratória na sala de emergência da UPA, enquanto era atendido pela equipe médica. A família de Nycollas afirma que o rapaz já tinha procurado atendimento na UPA no domingo, depois de começar a expelir sangue pela boca. Mas, na ocasião, ele teria sido medicado com remédio para ansiedade e, posteriormente, sido liberado. No dia, a equipe também fez um raio-x, que não teria apontado problemas. O jovem, no entanto, voltou a passar mal na segunda, quando foi encaminhado por uma ambulância do Samu para a unidade. Ele reclamava de fortes dores e falta de ar. O exame de raio-x foi realizado novamente e, dessa vez, teria apontado água no pulmão do rapaz. A equipe da UPA, então, teria pedido a transferência do rapaz para um hospital terciário. Ele teria falecido enquanto aguardava a ambulância para transferência.

A família também registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil. A Secretaria de Saúde instaurou uma comissão para apurar o caso e descobrir se houve falhas ou negligência no atendimento prestado ao rapaz. O secretário Felippe Machado disse que o processo foi aberto na terça-feira (24), e que a comissão, formada por 2 médicos de fora da unidade e o coordenador da UPA, tem dez dias para concluir os trabalhos.

Apesar da suspeita de negligência e da revolta da família, Machado garantiu que toda a assistência médica necessária foi prestada ao jovem.

Ele também lembrou que as consultas prestadas na UPA Sol atendem a protocolos nacionais e internacionais de saúde, e que, apesar desse e de outros casos de pacientes que morreram na unidade, nenhuma providência será tomada a fim de melhorar o atendimento.