SEXTA, 21/10/2016, 19:09

Policiais Militares acusados de envolvimento em chacina em Londrina no início do ano participam de audiência e são acusados de implantar arma em possível confronto com carroceiro

Para a promotoria a prova de que a arma foi “plantada” é pericial e mostra que Pedro Melo, o carroceiro, estaria com a arma usada durante a chacina.

Nessa sexta-feira a Juíza Elizabeth Karter da 1ª Vara Criminal em Londrina, colheu depoimentos de seis testemunhas na presença de cinco réus acusados de participação na chacina de janeiro em Londrina.

Nossa reportagem teve acesso ao processo do Ministério Público que acusa os policiais de terem “plantado” uma arma em um outro crime que ocorreu meses depois da chacina, em maio.

Nesse outro caso, de um possível confronto entre policiais e um carroceiro com passagens na polícia por receptação, Pedro Melo Domingos, de 28 anos, teria entrado em confronto com os policiais quando flagrado em uma receptação, numa estrada rural da zona norte de Londrina no início de uma tarde do mês de maio.

Para a promotoria diante da prova pericial é fato que a arma foi “plantada”, já que a arma usada supostamente pelo carroceiro, também foi a que disparou os vários tiros que mataram vítimas na chacina de janeiro.

O advogado de defesa dos réus alega que não há nenhuma ligação entre os casos.  

De acordo com o advogado, Claudio Daledone Junior, que defende os quatro policiais militares acusados, não existe nenhuma ligação com o caso do carroceiro ao da chacina. Para Daledone a investigação que levou os acusados à prisão e ao banco dos réus foi “imprestável”. 

São os quatro policiais suspeitos de participação na chacina e também em “plantar” a arma. Eles são réus nessa audiência. Já na investigação da chacina havia um outro policial suspeito, retirado do caso, e um publicitário.  

A chacina de janeiro vitimou mais de 11 pessoas, 10 morreram no dia, outra pessoa morreu dias depois e vários outros ficaram feridos.

Quatro policiais suspeitos estavam com os telefones grampeados pela justiça em maio durante o confronto do carroceiro. Em uma das gravações a polícia identificou um dos policiais pedindo para não chamar o “Siate tão rápido assim”. Esses policiais haviam sido presos em julho depois da acusação da promotoria de que haviam “plantado” a arma no local do crime depois foram soltos em agosto quando conseguirem um habeas corpus.

Entre as testemunhas que foram ouvidas estão três policiais civis, a perita que atendeu a ocorrência, e dois soldados do corpo de bombeiros que também atenderam a ocorrência pelo Siate. A pessoa que fez o boletim de ocorrência sobre o confronto é a sétima testemunha e vai ser ouvida por carta precatória.

O promotor Ricardo Alves Domingues, preferiu não dar entrevista para não comprometer o caso. Ainda não há previsão de uma nova audiência nem data do julgamento.

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