Prefeitura de Londrina atrasa repasse às sete cooperativas de reciclagem da cidade
Cooperativas não descartam paralisar os serviços caso não recebam os pagamentos previstos em contrato
Todas as sete cooperativas responsáveis pela operação de coleta seletiva em Londrina estão sem receber o repasse da CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização de Londrina), algumas até com três meses de atraso. O trabalho segue sendo realizado, mas caminha rumo ao caos se os pagamentos não forem realizados às mais de 150 famílias que vivem da reciclagem.
Vale ressaltar que o trabalho é essencial para manter a ordem e limpeza na cidade, porém, de acordo com Francisco Bittencourt, presidente da ECORECIN, o atraso dos pagamentos, valores que giram em torno de R$ 116 mil, é recorrente, causando inúmeros transtornos aos coletores.
Para a presidente da COOPER REFUM, Selma Maria Assis, o atraso no repasse por parte da prefeitura gera insatisfação nos colaboradores e torna incerto o dia de amanhã, em que até mesmo uma paralisação dos serviços não está descartada.
De acordo com os representantes das cooperativas, a previsão de pagamento da CMTU era até o dia 15 deste mês, o que de fato não ocorreu. Vale lembrar que, ainda em outubro, encerram-se os contratos, em meio a um caos e uma série de dificuldades.
Hoje, as sete associações, Cooper Região, Cooperoeste, Coocepeve, Coopermudança, Coopernorth, Cooper Refum e Ecorecin, são responsáveis por toda a operação de coleta, transporte, triagem e destinação dos resíduos recicláveis em 100% da área urbana de Londrina, além de distritos e vilas rurais. Ou seja, um trabalho essencial que tem faltado atenção do poder público.
Em nota, a CMTU informou que não há nenhum atraso nos pagamentos às cooperativas e que todos os pagamentos estão programados e serão feitos dentro do prazo legal.
Ainda de acordo com a companhia, o contrato dá até 20 dias corridos para a realização dos pagamentos, após a apresentação de todos os documentos por parte das cooperativas, incluindo nota fiscal, relatório de atividades e outros.
A CMTU ainda ressalta que o contrato com as cooperativas foi renovado no dia 17 de outubro, nos mesmos termos do antigo contrato, e que a renovação é válida até o dia 31 de janeiro de 2026.
Já a partir do dia 1º de fevereiro, o objetivo da prefeitura de Londrina é colocar em prática o novo contrato, com novas regras.
A CMTU complementa que a renovação até janeiro e os termos do novo contrato, que estão sendo definidos, foram alinhados e tiveram a concordância das cooperativas, do Ministério Público (MPPR) e de outras entidades, como o Ninter da UEL, que fazem parte de um grupo de trabalho sobre o serviço de reciclagem em Londrina.