O cenário de inflação e taxa de juros em alta, sem falar na redução da renda das famílias, ajudam a explicar a queda no consumo e, como consequência disso, da produção nas indústrias do estado. Os dados, divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, mostram que, no primeiro semestre, a queda foi de 1% na comparação com o mesmo período do ano passado.

O economista Evânio Felippe, da Federação das Indústrias do Paraná, explica que essa desaceleração no ritmo das fábricas já vem ocorrendo desde o fim do último trimestre do ano passado e continuou em 2022, com destaque negativo para os meses de janeiro e fevereiro, que registraram queda na produção de 7,8% e 7,5%, respectivamente.

Ele explica ainda que, além do cenário macro-econômico interno, também contribuíram para a queda da produção industrial paranaense no semestre, fatores como a política de tolerância zero da China para conter a Covid-19 e a guerra na Ucrânia.

O economista da Fiep alerta que as incertezas na nossa economia e o período pré-eleitoral vêm inibindo o consumo e os investimentos. E esse cenário, segundo o economista, não deve mudar até o fim do ano.

Das 13 atividades analisadas pelo IBGE, oito tiveram resultado abaixo do esperado no primeiro semestre. O pior desempenho foi do setor moveleiro, que registrou queda na produção de 16%, seguido por máquinas e materiais elétricos, com pouco mais de 15%.

Segmentos importantes para o PIB industrial do estado também registraram queda na produção. O setor de alimentos caiu 2,5% e o automotivo, 2%. Destaque positivo para a indústria de bebidas, que cresceu 27% nos primeiros seis meses do ano.