QUINTA, 15/11/2018, 15:56

Saída de cubanos do Programa Mais Médicos preocupa secretários de saúde e prefeitos de todo o país

Em Londrina, secretário Municipal avalia que saída dos 10 profissionais cubanos, se confirmada, pode significar um retrocesso para outro programa: o Saúde da Família.

A decisão de deixar o “Programa Mais Médicos” foi anunciada pelo governo cubano nesta quinta-feira, após declarações do presidente eleito Jair Bolsonaro, que questionou a preparação dos profissionais do país caribenho e condicionou a permanência deles no programa à revalidação do diploma.

Em nota, o governo cubano enalteceu o trabalho dos médicos do país em locais de extrema pobreza no Brasil, seja nas favelas do Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, em outras capitais e nos 34 Distritos Especiais Indígenas, especialmente na Amazônia. Segundo a nota, as mudanças anunciadas pelo novo governo brasileiro impõem condições inaceitáveis ​​e violam as garantias acordadas desde o início do programa, que foram ratificados em 2016 com a Organização Pan-Americana da Saúde e o Ministério da Saúde brasileiro e que as novas condições impostas impossibilitam a manutenção da presença de profissionais cubanos no Mais Médicos.

O secretário de Saúde de Londrina, Felipe Machado, afirma que vê com preocupação o anúncio do governo cubano e diz que a decisão teve repercussão imediata entre prefeitos e secretários de Saúde de todo o país. Machado avalia que a saída dos 10 profissionais de Londrina, se confirmada, pode significar um grande retrocesso, por exemplo, para um outro programa, dessa vez municipal, o Saúde da Família.

Felipe Machado explica que, ainda na quinta-feira, o Ministério da Saúde se pronunciou sobre o assunto.

O secretário de Saúde de Londrina acredita que apesar de significar uma perda, não deve haver dificuldade na reposição dos profissionais e que atualmente a maioria dos médicos do programa é de brasileiros.

Em todo o país, o programa tem atualmente 8,5 mil profissionais. No Paraná, são 452 médicos e 187 municípios participantes. Aqui no estado, Ponta Grossa deve ser a mais prejudicada, já que dos 80 médicos da cidade, 60 são cubanos.

Felipe Machado diz que, desde o anúncio, vem mantendo contato com outros secretários de saúde do estado e que a preocupação é geral.

Machado diz que a convocação de 55 médicos para a atenção básica do Município, que já começaram a se apresentar à secretaria de Saúde, e estão em processo de seleção, deve dar um reforço importante ao atendimento nas 55 UBS’s da cidade.

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