SEXTA, 04/06/2021, 17:20

Servidor acusado de facilitar ‘fura-fila’ na vacinação contra o coronavírus em Apucarana é impedido pela Justiça de entrar na Secretaria de Saúde

Funcionário, que chegou a coordenar a campanha na cidade, também não pode visitar locais de vacinação, tampouco ter contato com testemunhas do caso. Ele e outras 16 pessoas respondem criminalmente pelas irregularidades.

O servidor público Luciano Pereira foi impedido pela Justiça de entrar na Secretaria de Saúde de Apucarana. O funcionário, que coordenou a campanha de vacinação contra o coronavírus na cidade até o mês passado, é acusado, junto com outras 16 pessoas, de envolvimento em um suposto esquema que facilitou o chamado ‘fura-fila’ no processo de imunização contra a Covid-19 no município. De acordo com liminar concedida pelo juiz Osvaldo Soares Neto, da 2ª Vara Criminal de Apucarana, Pereira está proibido de frequentar a autarquia e os demais locais de vacinação da cidade, e também de ter contato com testemunhas do processo que o investiga.

Pereira teve o nome citado por Silvânia Ribeiro Del Conte, que se passou por técnica de enfermagem para participar da campanha em Apucarana e, consequentemente, desviar pelo menos 12 doses da AstraZeneca. A mulher, que está presa desde o mês passado, teria usado as unidades para imunizar pessoas de uma mesma família. 

Segundo as investigações, o então coordenador teria aceitado contar com os trabalhos da acusada mesmo sem ela ter formação para isso. Pereira também teria aplicado uma vacina no filho de um técnico de enfermagem que não fazia parte de nenhum grupo prioritário estabelecido pela campanha.

O servidor, que já estava afastado das funções respondendo a uma sindicância interna na prefeitura, também foi afastado judicialmente do cargo até o julgamento do caso. Na ação criminal apresentada à Justiça, a promotora Fernanda Silvério pede para que ele e os outros 16 denunciados, incluindo Silvânia, respondam criminalmente por peculato.

Pereira já foi ouvido pela polícia. Ele negou todas as acusações e disse que tudo não passa de uma história inventada por Silvânia. O advogado Sérgio Barroso, que defende o servidor, afirmou que vai, inclusive, apresentar uma ação contra a mulher por conta das supostas calúnias.

Dos 17 denunciados pelo Ministério Público, 16 respondem às acusações em liberdade. Apenas Silvânia continua detida, à disposição da Justiça. A prisão preventiva dela, inclusive, foi renovada após pedido do MP no início desta semana.

Por Guilherme Batista

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