QUARTA, 29/05/2024, 13:09

Sessão que pode cassar mandato da vereadora Mara Boca Aberta tem bate-boca entre integrantes da CP que investigou o caso.

Lu Oliveira, que votou contra o relatório que pede a cassação, acusa Fernando Madureira, relator da comissão, de fraudar documento que tem a assinatura dela. Acusação vai ser investigada pela procuradoria jurídica do Legislativo.

O início da sessão que pode cassar o mandato da vereadora Mara Boca Aberta (Podemos), na Câmara Municipal de Londrina, na manhã desta quarta-feira (28), foi marcado por um princípio de confusão envolvendo dois dos três integrantes da Comissão Processante responsável por investigar o caso. Lu Oliveira (PL) acusou Fernando Madureira (PP) de fraudar um documento com a assinatura dela. A vereadora, que votou contra o relatório que pede a cassação de Mara, elaborou um cronograma com diversos documentos e declarações para embasar o seu voto. No entanto, ela disse que Madureira modificou esse cronograma e, por meio da assessoria dele, estava distribuindo o documento alterado aos demais parlamentares. Exaltada, a vereadora pediu que a presidência da Casa tomasse providências em relação ao caso.

Madureira teria anexado no documento da vereadora, supostamente sem o conhecimento dela, uma decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) que não reconheceu a candidatura do ex-deputado Emerson Petriv, o Boca Aberta, ao Senado, nas últimas eleições. Mara é acusada de usar recursos públicos para financiar a campanha não reconhecida oficialmente do marido. Madureira reconheceu que anexou a decisão no documento de Lu, mas disse que só fez isso para evitar que a posição da vereadora não induzisse os demais parlamentares a votarem contra a cassação.

Um dos advogados de Mara, Rafael Ferreira, usou a acusação de Lu para pedir que Madureira fosse impedido de participar da sessão de julgamento.

O caso foi encaminhado para ser analisado pela Procuradoria Jurídica do Legislativo. A sessão foi retomada após a confusão e seguia longe de acabar no final da manhã desta quarta. Antes do início do julgamento, Mara Boca Aberta negou as acusações e disse ser vítima de perseguição política.

Já o presidente da CP, vereador Santão (PL), garantiu que a investigação foi imparcial e conseguiu comprovar a utilização dos recursos por parte da vereadora para o custeio da campanha do marido.

Para que Mara Boca Aberta tenha o mandado cassado, 13 dos 19 vereadores precisam votar a favor da denúncia.

Por Guilherme Batista

Comentários