QUINTA, 19/10/2017, 19:49

SUS pode começar a bancar cirurgias de mudança de sexo no Paraná

Defensoria Pública vai fazer uma recomendação à Secretaria Estadual de Saúde para que o Hospital de Clínicas de Curitiba assuma o procedimento, que ainda não é oferecido pela rede pública no estado.

A Defensoria Pública do Paraná montou uma comissão para ir à Secretaria Estadual de Saúde fazer uma recomendação que pode mudar a realidade dos transexuais que vivem no estado. O órgão estadual, em parceria com o Conselho Regional de Psicologia, o Transgrupo Marcela Prado e a Comissão de Diversidade Sexual e Gênero da Ordem dos Advogados do Brasil, quer que o Sistema Único de Saúde passe a bancar as chamadas cirurgias transgenitalizadoras no Paraná, estado que ainda não oferece este tipo de procedimento por meio da rede pública. Pela sugestão, o tratamento poderia ser feito pelo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, em Curitiba, instituição que teria todas as condições para a realização dos atendimentos.

Para Camille Vieira, coordenadora do Núcleo de Cidadania e Direitos Humanos da Defensoria Pública, a oferta do serviço é essencial para o reconhecimento e a reinserção de transexuais e travestis à sociedade.

A defensora lembra que as cirurgias compreendem não só a mudança de sexo, mas também procedimentos estéticos que podem ajudar os transexuais a se aceitarem como são.

Ela destaca, ainda, que, atualmente, muitos transexuais que não têm condições financeiras de realizar as cirurgias ou precisam procurar atendimento fora do estado ou se arriscar com a aplicação de substâncias ilegais, que, na maioria das vezes, trazem uma série de prejuízos à saúde dessas pessoas.

A defensora não soube informar quantos transexuais já procuraram o órgão atrás de cirurgias, mas revela que são realizados pelo menos três atendimentos por semana relacionados ao tema. A recomendação para a realização de cirurgias de mudança de sexo pelo Sistema Único de Saúde no Paraná vai ser levada à Secretaria Estadual de Saúde na próxima segunda-feira, às dez horas da manhã. A autarquia informou que só deve se pronunciar sobre o assunto após a reunião com os representantes da Defensoria.

Por Pauta CBN

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