SEGUNDA, 02/09/2019, 07:00

Suspeitos de fraudar o fisco estadual em R$ 33 milhões começam a ser ouvidos pelo Gaeco em Londrina

Esquema usava empresas de fachada para emitir notas fiscais frias e gerar ilegalmente créditos de ICMS.

O Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado começa a ouvir, nesta segunda-feira, as oito pessoas intimadas na semana passada em Londrina por participação no esquema de fraudes desbaratado pela Operação Noteiras, da Receita Estadual. São oito “laranjas” e dois contadores, que não tiveram os nomes divulgados por conta do sigilo das investigações, e que, segundo o Gaeco, tinham conhecimento de toda a situação. Os chamados interpostos, por exemplo, teriam emprestado os nomes para a abertura das empresas de fachadas usadas no esquema. As firmas fantasmas, conforme as investigações, emitiam notas fiscais frias e, consequentemente, conseguiam fazer a geração ilegal de créditos de ICMS. Já os contadores acompanhavam e eram coniventes com a movimentação no mínimo suspeita das empresas, que trabalhavam com a venda e o transporte de produtos primários, como trigo, soja, óleo e farinha de mandioca.

O Gaeco pretendia ouvir os investigados já na sexta-feira, um dia após a deflagração da operação, mas, a pedido dos advogados de defesa, os depoimentos tiveram que ser adiados. A intenção, agora, é coletar as declarações entre esta segunda e a próxima quinta. Apesar de todos os indícios, ainda não há previsão de cumprimento de mandados de prisão ou de busca e apreensão.

 De acordo com o delegado da Receita Estadual em Londrina, José Carlos Guidotti, o órgão conseguiu identificar, em seis meses de investigação, trezes empresas suspeitas, que movimentaram, somente no último ano, cerca de 300 milhões de reais. A movimentação, segundo ele, ocasionou a geração ilegal de mais de 33 milhões reais em créditos fiscais. O delegado explica que, dessa forma, o esquema conseguia fazer a sonegação de impostos.

Das treze empresas identificadas, cinco são de Londrina. Somente essas firmas da cidade, que funcionavam em endereços suspeitos, sem condições para abrigar o tipo de atividade alegada, causaram um prejuízo de R$ 13,5 milhões ao fisco estadual, conforme o delegado da Receita.

Por Guilherme Batista

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