Entre janeiro e dezembro do ano passado, foram 493 mortes de profissionais da segurança pública em todo o Brasil. Os dados fazem parte do Mortômetro, ferramenta criada pela Ordem dos Policiais do Brasil para monitorar o aumento da violência contra membros das forças policiais. O maior número de mortes aconteceu entre os policiais militares (335), mas, levando em consideração o número do efetivo, as 17 mortes registradas em 2016 colocam a PRF em primeiro lugar no país. Mas a morte não é a única conseqüência desse trabalho, os policiais também sofrem com problemas psicológicos, traumas, angústias e depressão, o que leva a necessidade de um fortalecimento das equipes de acompanhamento da saúde mental e psicossocial.Para o chefe da Policia Rodoviária Federal de Londrina, Inspetor Marcos Pierre, várias situações do dia adia contribuem para o estresse na vida de um policial.

O Inspetor cita ainda o fato de que muitos policiais acabam, pelas características da profissão, tendo que viver longe da família. Às vezes a milhares de quilômetros. Isso, segundo o Inspetor é mais um fator que pode desequilibrar o profissional já abalado pelo estresse da rotina policial.

Para ajudar os policiais a enfrentarem essa rotina a PRF em Londrina se juntou ao Instituto de Análise do Comportamento em Estudos e Psicologia, o IACEP, e iniciou um trabalho de apoio psicológico para os policiais e suas famílias. A cada mês, cerca de 50 policiais de várias cidades da área de atuação da Superintendência da PRF de Londrina vão participar das palestras. A psicóloga e sócia do IACEP, Luciana Gusmão, conta que a ideia surgiu de um trabalho de escola da filha dela, que pesquisava o estresse pós-traumático em veteranos de guerra. A psicóloga explica como vai funcionar a parceria com a PRF e diz que as palestras são o primeiro passo e vão colocar os policiais e suas famílias em contato com a psicologia.

Na última sexta-feira, 60 Policiais Rodoviários Federais de várias cidades da região participaram da primeira palestra da parceria.