QUARTA, 17/05/2023, 15:22

Acidentes com drones pulverizadores provocam desligamentos de energia no Paraná; um dos casos foi registrado em Londrina

Problema ocorre quando a aeronave se choca contra a rede elétrica. Segundo a Copel, acidentes começaram a ser registrados após resolução da Anac que simplificou as regras para o uso de drones em atividades agrícolas.

A Copel está preocupada com o alto índice de acidentes com a rede elétrica envolvendo drones pulverizadores que são usados para a aplicação de produtos nas lavouras e plantações do estado. No último mês, de acordo com a companhia, cinco ocorrências foram registradas. Durante o voo, a aeronave acaba se chocando contra os fios, o que provoca o desligamento de energia. Os acidentes aconteceram na área rural de Londrina, Palotina, Nova Cantu, Formosa do Oeste e Ubiratã.

Ainda conforme a Copel, esses foram os primeiros casos de acidentes dessa natureza registrados no estado. Os acidentes aconteceram após a publicação de uma nova resolução da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) que simplificou as regras para o uso de drones em atividades agrícolas, como na dispersão de sementes, fertilizantes e defensivos nas lavouras. Mas, ao mesmo tempo em que contribui para facilitar o uso de novas tecnologias no campo, a regulamentação demanda maior cuidado e preparação por parte dos pilotos. A colisão de um drone com a rede elétrica, por exemplo, pode, além de provocar a queda de energia, causar acidentes com a população e com os profissionais da Copel, além de danos materiais às aeronaves. 

A Copel lembra que o uso das aeronaves não tripuladas é regulamentado pela Anac e coordenado pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), órgão do Ministério da Defesa que controla e organiza os fluxos de tráfego aéreo no Brasil. Ainda de acordo com a companhia, os drones que fazem a pulverização agrícola são aparelhos ainda mais modernos, que podem carregar até 90 quilos de fertilizantes e produtos químicos. Por isso, para realizar um voo com segurança e evitar acidentes, o piloto precisa se preparar, realizando um planejamento detalhado do procedimento e, ainda, informando às autoridades sobre o plano de voo.

A comunicação deve ser realizada pela internet diretamente ao Decea. O condutor vai programar a localização, detalhar o perfil da operação e do voo, em si, dentre outras variáveis que influenciam na pilotagem. Além disso, para evitar acidentes com a rede da Copel, é possível inserir uma barreira virtual no programa que é utilizado para controlar o drone. Isso nada mais é do que desenhar no mapa virtual a área de voo e definir um espaço que ele não deve ultrapassar – no caso, o local onde está a rede. Com esse recurso, o drone pode manter uma distância de segurança da rede e não corre o risco de chocar-se com ela. Essa precaução também facilita voos noturnos, em que a visibilidade é reduzida. As informações são do coordenador da frota de drones da Copel, Vitor Marzarotto, e foram repassadas à CBN via assessoria de imprensa. Nós tentamos fazer uma entrevista com o especialista, mas ele não pôde atender a reportagem nesta quarta-feira (17).

Por fim, a Copel lembra que a operação de drones é uma atividade especializada, que exige conhecimento e capacitação. Ou seja, antes de pilotar a aeronave na atividade agrícola, o piloto precisa passar por treinamentos, além de conhecer a legislação e as regras básicas de voo.

Por Guilherme Batista

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